Por
Reuters API
Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
23 de set. de 2018
Tempo de leitura
3 Minutos
Download
Fazer download do artigo
Imprimir
Text size

Farfetch fixa preço de IPO acima do intervalo indicativo

Por
Reuters API
Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
23 de set. de 2018

PARIS (Reuters) - A Farfetch, o site luso-britânico de luxo, fixou na sexta-feira o preço do IPO a 20 dólares por ação em Nova Iorque, acima do intervalo indicativo, mostrando uma valorização de mais de 5,8 mil milhões de dólares, que realça a importância do comércio online para as marcas de luxo. O comércio eletrónico tornou-se um dos principais impulsionadores de crescimento para marcas de alto nível, que inicialmente temiam que este canal de distribuição pudesse prejudicar a sua imagem.


Arquivo - REUTERS/Toby Melville


Fundada em 2008, a Farfetch alberga cerca de mil lojas multimarca independentes, e permite que os distribuidores tenham amplo acesso a clientes de luxo e que designers pouco conhecidos que tenham uma grande montra online.

O site luso-britânico em plena expansão, cujo IPO foi definido entre 17 e 19 dólares por ação, estreou-se no mercado de ações em Wall Street na sexta-feira. Se o preço ultrapassar este intervalo, não significa que os analistas não irão levantar algumas questões sobre o processo.

A Farfetch espera angariar 885 milhões através de uma emissão de 33,6 milhões de novas ações e graças aos seus atuais acionistas, incluindo os primeiros apoiantes, como Advent Venture Partners e Vitrurian Partners, que irão ceder 10,6 milhões de ações.

O IPO da Farfetch, fundada pelo empresário português José Neves, valoriza o grupo em 5,8 mil milhões de dólares, em relação ao número de ações disponíveis nos seus últimos lançamentos no mercado. A inclusão de ações apenas para funcionários custaria 6,3 mil milhões de dólares  ao grupo, informou a Farfetch.

A JD.com, empresa de comércio eletrónico número dois da China, que adquiriu ações adicionais numa colocação privada, é uma das atuais investidoras da Farfetch.

E-commerce, um quarto das vendas de luxo em 2025

Diante da ascensão do comércio online de luxo, nos últimos anos a concorrência intensificou-se entre grandes os grupos como a LVMH, proprietário da marca Louis Vuitton, e operadores independentes que procuram captar clientes na Internet.

A Richemont, o conglomerado suíço proprietário da Cartier, assumiu o controlo da plataforma Yoox Net-A-Porter este ano, numa operação avaliada em 5,3 mil milhões de euros.

A Farfetch, que está em déficit desde a sua criação, registou um aumento de 59% nas vendas em 2017, para 386 milhões de dólares. O grupo atraiu investidores importantes para o seu IPO como Artemis, holding da família Pinault, que controla a Kering.

A Farfetch, que concorre com outras plataformas de luxo online como MyTheresa e MatchesFashion, também se tornou especialista em tecnologia ao trabalhar com marcas como a Chanel e o grupo de luxo britânico Burberry, para se destacar dos seus concorrentes.

De acordo com a consultoria Bain, as vendas online deverão representar um quarto da receita do setor de luxo até 2025, em comparação com pouco menos de 10% hoje, em parte devido à demanda de consumidores jovens em mercados como a China. 

© Thomson Reuters 2024 All rights reserved.