Farfetch prepara entrada em bolsa

Informações divulgadas na segunda-feira dão conta de que a Farfetch terá contratado os bancos de investimento JDMorgan e Goldman Sachs para trabalhar na sua entrada no mercado de ações dos Estados Unidos. A plataforma de luxo online poderá ser avaliada em 4 mil milhões de libras (4,5 mil milhões de euros).

A empresa, que tem sede em Londres, vende peças de designer de cerca de 900 marcas de luxo de todo o mundo, principalmente colocando pequenas lojas independentes em contacto com compradores endinheirados.

Embora a Farfetch ainda não fosse lucrativa durante o exercício fiscal de 2016, com perdas antes de impostos de 35,4 milhões de libras (39,8 milhões de euros), a empresa está a tentar igualar em valor o seu principal rival, o grupo Yoox Net-A-Porter, revelou o jornal britânico The Financial Times no sábado.

A Yoox Net-A-Porter revelou lucros líquidos de 51 milhões de euros sobre receitas de 2,1 mil milhões de euros no ano passado, e a sua avaliação de mercado ronda os 5 mil milhões de euros (cerca de 4,4 mil milhões de libras).

Ao longo dos últimos dois anos, a Farfech tem sido seguida por rumores de uma possível entrada em bolsa. José Neves, o fundador, confirmou no ano passado o seu interesse neste passo, quando disse ao The Telegraph que uma entrada em bolsa seria "a próxima etapa lógica" para a empresa.

De facto, a Farfetch tem vindo a multiplicar, nos últimos meses, parcerias que lhe conferem credibilidade. Em fevereiro, a Chanel comprou uma participação minoritária da empresa no âmbito de uma parceria para desenvolver mais serviços digitais nas suas lojas. Também em fevereiro, a Farfetch assinou uma parceria global com a empresa britânica Burberry. Esta semana, a empresa revelou uma nova colaboração de luxo, desta vez com a cadeia de grandes armazéns Harvey Nichols.

A Farfetch também chamou a atenção do gigante chinês de comércio eletrónico JD.com, que investiu quase 400 milhões de dólares (325 milhões de euros) na empresa no ano passado, e da Temasek, de Singapura, que liderou uma ronda de financiamento de 110 milhões de dólares (89 milhões de euros) em 2016.

A Farfetch, a JPMorgan e a Goldman Sachs recusaram-se a comentar estas informações sobre uma eventual entrada em bolsa, informou The Financial Times.

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