Farfetch sofre com contrariedades no quarto trimestre e em 2022

A Farfetch divulgou os seus resultados do quarto trimestre e do exercício de 2022, enfatizando - tal como a sua homóloga do luxo Mytheresa esta semana - os "ventos contrários macroeconómicos sem precedentes de 2022" e falando de um período "sólido" em vez de espetacular.

Em termos de números-chave, o GMV nos últimos três meses do ano foi de 1,14 mil milhões de dólares (1,08 mil milhões de euros), em comparação com 1,29 mil milhões de dólares (1,22 mil milhões de euso) um ano antes. E, em termos anuais, passou de 4,23 para 4,1 mil milhões de dólares (de 3,99 para 3,87 mil milhões de euros).

O volume de negócios do quarto trimestre passou de 665 milhões para 629 milhões (de 627,93 para 593,94 milhões de euros), mas no ano todo aumentou de 2,2 mil milhões para 2,3 mil milhões de dólares (de 2,08 para 2,17 mil milhões de euros).

Durante o trimestre, o retalhista de luxo online registou uma perda após impostos de 176,6 milhões de dólares (166,76 milhões de euros), em comparação com um lucro de 96,9 milhões de dólares (91,50 milhões de euros) no ano anterior. Ao longo do ano, obteve um lucro de 344 milhões de dólares (324,83 milhões de euros), bem abaixo do lucro de 1,47 mil milhões de dólares (1,39 mil milhões de euros) do exercício precedente.

A plataforma digital, que representa a maior parte do seu negócio, registou um GMV trimestral de mil milhões de dólares (944,63 milhões de euros), face a 1,14 mil milhões de dólares (1,08 mil milhões de euros) no período anterior, e um GMV anual de 3,5 mil milhões de dólares (3,3 mil milhões de euros), em comparação com 3,6 mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros) um ano antes.

No trimestre, o volume de vendas da plataforma da marca atingiu 100 milhões de dólares (94,43 milhões de euros), em comparação com 117 milhões de dólares (110,48 milhões de euros). No ano, este ascende a 455 milhões de dólares (429,64 milhões de euros), contra 467 milhões de dólares (440,97 milhões de euros).

Por outro lado, a receita para o ano inteiro atingiu um nível recorde e, embora tenha aumentado apenas 3% em relação ao exercício precedente, na verdade aumentou 12% sem efeito cambial. E, enquanto o GMV global caiu 4% no ano, aumentou 2% sem efeito cambial.

Para o quarto trimestre, o quadro é bastante semelhante, com uma queda de 5% nas receitas, o que na verdade corresponde a um aumento de 2% sem efeito cambial. No entanto, a queda de 12% no GMV no quarto trimestre também representou uma queda de 5% sem efeito cambial.

José Neves, fundador e CEO da Farfetch, mostrou-se otimista face aos ventos contrários (guerra na Ucrânia, aumento dos preços da energia, inflação, etc), mas também destacou como a empresa alcançou um crescimento cambial neutro e conquistou participação de mercado numa base acumulada de três anos, "com um GMV que quase duplicou desde o início da pandemia".

O executivo também declarou que a empresa "começa 2023 significativamente mais eficiente após a sua reorganização estratégica e racionalização de custos".

A gigante luso-britânica também anunciou que Elliot Jordan deixará as suas funções até ao final de 2023, após mais de oito anos como diretor direto financeiro. Conforme indicado, Elliot Jordan permanecerá no cargo até ao final do ano e deixará uma empresa que viu a sua receita anual aumentar de 380 milhões para 4,1 mil milhões de dólares (de 358,72 milhões para 3,87 mil milhões de euros) e que agora opera em mais de 190 países e territórios. Este último "ajudou a guiar a Farfetch na sua transformação de empresa privada em empresa de capital aberto, incluindo a [sua] cotação na Bolsa de Valores de Nova Iorque em setembro de 2018".

Farfetch sofre com contrariedades no quarto trimestre e em 2022

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