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Fendi celebra os 25 anos da icónica Baguette num desfile projetado por Marc Jacobs
Em caso de dúvidas, opte por uma colaboração. Numa época caracterizada por parcerias entre os grandes protagonistas da moda, a Fendi entendeu bem o recado e colocou-o em prática. De facto, no final do desfile excecional organizado pela maison de moda italiana na noite de sexta-feira (9 de setembro), em Nova Iorque, quatro designers e uma modelo apareceram juntos para dizer "olá".
Dando início ao desfile está Kim Jones, designer das coleções femininas da Fendi, que quase magicamente puxou uma enorme cortina bege no Hammerstein Ballroom, revelando um espelho gigante, que refletia a esplêndida coleção projetada por Marc Jacobs.
O desfile comemorou os 25 anos da icónica bolsa “Baguette” da Fendi, no qual a estilista Silvia Fendi esteve ao lado da sua filha Delfina Delettrez no momento da saudação final. De seguida, os quatro criadores de moda voltaram-se para a supermodelo icónica e nova musa da Baguette, Linda Evangelista, com um enorme vestido de tafetá de seda. Com uma Baguette bordada na cor prata no braço, a supermodelo fez a sua primeira aparição na passerelle em seis anos, após se reformar da vida pública e social para recuperar de uma reação incomum ao procedimento cosmético de congelamento de gordura, conhecido como CoolSculpting.
Marc Jacobs celebrou o quarto de século da bolsa à sua maneira, diretamente na coleção, em especial nas parkas de vison com bolsos Baguette superdimensionados. Um modelo até usou a bolsa como uma alça de ombro de seda turquesa. A Baguette, em versão miniatura com a icónica fivela “F” invertida, oscilava em correntes colocadas sobre saias militares, ou reinventava-se como bolsa.
O estilista americano também incorporou muitos elementos do seu próprio universo à coleção (de inspirações vintage a toques bem-humorados), como nos longos casacos canelados de vison, usados com saias translúcidas. Marc Jacobs revolucionou de forma irónica o logotipo da Fendi: as suas últimas modelos pareciam duquesas atrevidas cobertas de peles, com vestidos tubulares feitos de seda cor de aroeira-vermelha; a última estava envolta numa estola de pele com 10 metros de comprimento, que arrastava pelo salão de baile ao compasso dos aplausos da plateia.
Nesta coleção mista, as peças-chave de Marc Jacobs foram, sem dúvida, as parkas de pele, blusões de ski e bombers, frequentemente usados com minissaias de renda metálica. A atmosfera geral era tanto algo marcial como extremamente opulenta. A começar por Bella Hadid, vestida com um macacão turquesa, com o fecho de correr aberto até ao umbigo, pulseira e lenço a combinar.
Em suma, uma colaboração astuta e inteligente, que expande o DNA da Fendi e certamente permitirá que a marca em rápida expansão ganhe novos seguidores. Afinal, Kim Jones é especialista em colaborações de sucesso: à frente das coleções masculinas da Dior, colaborou com o designer de moda californiano Shawn Stussy; com o artista e designer KAWS de Nova Jersey; com o artista punk Raymond Pettibon do Arizona, radicado em Nova Iorque; e com a famosa designer de joias coreano-americana, Yoon Ahn.
“Inicialmente, Kim entrou em contato comigo para criar uma cápsula, mas o projeto cresceu”, explicou Marc Jacobs, que colaborou com Kim Jones quando gerenciavam os departamentos de moda feminina e masculina da Louis Vuitton, respetivamente.
“O que eu gostei nesse projeto é que eu conhecia muito bem o trabalho de Kim na Vuitton; Comecei a observar o que havia feito pela Fendi, antes de pensar no que eu queria dizer sobre a marca”, explicou Marc Jacobs.
A noite transformou-se num reencontro para as supermodelos das últimas décadas: Kate Moss, Amber Valletta e Christy Turlington sentaram-se ao lado de Sidney Toledano, o CEO franco-marroquino da LVMH, e de Serge Brunschwig, presidente e CEO da Fendi. Antes de se juntarem às musas contemporâneas Kim Kardashian e Winnie Harlow. Kim Jones, alinhado atrás deles, parecia um designer com formação universitária, vestindo uma sweat de xadrez com o logotipo "Mix" em destaque.
Vários designers foram prestigiar a marca italiana: de Zac Posen a Tommy Hilfiger, além do prefeito de Nova Iorque, Eric Adams, que abriu a temporada de 141 shows na noite de quinta-feira (8), com um cocktail na sua residência oficial, a Gracie Mansion.
A cidade inteira parece estar sobrecarregada, quase sugada pela moda: no Soho, os trabalhadores davam os retoques finais a um gigantesco outdoor “Fendi Roma”. Muitos pontos de transportes públicos exibiam vídeos das marcas, que desfilaram no fim de semana, com destaque para o da nova cápsula “Cara Loves Karl”, apresentada na segunda-feira numa festa, que ocorreu no último andar de um arranha-céu da década de 1920 em Wall Street.
A Fendi causou um engarrafamento na Lafayette Street, onde organizou um jantar, e um pandemónio na Ludlow Street, para a sua after party na Soho House, no Lower East Side.
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