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22 de out. de 2014
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Fileira têxtil marroquina exibe grandes ambições

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22 de out. de 2014

Mohamed Tazi, diretor-geral da AMITH.

Apresentado em 2013, o plano 2025 para a fileira têxtil marroquina está a ser especificado pouco a pouco. Por ocasião dos salões Maroc in Mode e Maroc Sourcing nos passados dias 15 e 16 de outubro, a AMITH (Associação Marroquina das Indústrias do Têxtil e do Vestuário) parou para analisar os avanços de 2014.

Primeiro, depois de ter ultrapassado Tunísia e assumido a quinta posição entre os exportadores de têxtil em direção à União Europeia em 2013, o Marrocos consolidou a sua boa dinâmica (+8% em 2013) com um novo aumento de 9% no primeiro semestre. O que fazer, espera Mohamed Tazi, diretor-geral da AMITH, para “consolidar a nossa posição no top 5”.

Mas os objetivos para 2025 são bastante ambiciosos e, para levar as exportações têxteis dos 28 mil milhões de dirrãs marroquinos (cerca de 2,500 milhões de euros) para 57 mil milhões em 2025, medidas são anunciadas. Essas medidas repousam principalmente na vontade de organizar a fileira em “ecossistemas”, ou seja, polos de competências, à imagem do cluster jeans criado nos fins de 2013. A malha poderia ser o objeto de uma mesma estruturação num futuro breve.

Com isso, o Estado intervirá para que esses agrupamentos de interesse económico reforcem em especial as suas propostas, para oferecer aos protagonistas uma oferta mais completa. Cinco convenções acabam de nascer, das quais duas com o apoio do grupo Inditex, notadamente em matéria de acabamento.

Mas o principal obstáculo para este plano bastante ambicioso é, com certeza, a conjuntura europeia. Como Gildas Minvielle, responsável do observatório económico do IFM, bem lembrou numa conferência no salão de Casablanca, é evidente que o consumo europeu não tende a dar um salto nos próximos anos. Se Espanha e França são os principais clientes dos fabricantes marroquinos, talvez eles precisem diversificar geograficamente a sua clientela.

“Uma nova queda dos preços temida poderia também penalizar a fileira têxtil marroquina se ela confirmar-se”, pondera ainda Gildas Minvielle, para quem não bastará concorrer com os baixos preços asiáticos, mas “permanecer num posicionamento fast fashion, mantendo um sourcing de proximidade”.

Para isso, a AMITH conta com o desenvolvimento do consumo africano, notadamente, mas sobretudo com o seu mercado nacional. E aí está a segunda via do plano 2025: a reconquista do mercado marroquino e a reapropriação das produção da oferta.

Cerca de um terço da oferta têxtil no território marroquino seria fabricado no país, segundo estimativas de Mohamed Tazi. Assim, ele espera, ao mesmo tempo, um ‘boom’ do consumo e um crescimento da parcela de fabricação nacional. Se o têxtil marroquino representa 16 mil milhões de dirrãs (1,400 milhões de euros) em 2014 no seu mercado doméstico, ele espera que em 2025 essa parcela represente 43 mil milhões.

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

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