AFP
Helena OSORIO
8 de jun. de 2020
Filial britânica da Victoria's Secret vai à falência
AFP
Helena OSORIO
8 de jun. de 2020
A filial britânica da famosa marca norte-americana de lingerie, Victoria's Secret, declarou falência, ameaçando 800 postos de trabalho, depois de ter sofrido o encerramento devido à pandemia do coronavírus COVID-19.
Contudo, em 2019, a Victoria’s Secret já havia anunciado fechar 53 lojas, dada a concorrência de startups e grandes retalhistas. Segundo os números então divulgados pela L Brands, detentora da marca, as vendas em loja caíram 7% durante o quarto e último trimestre de 2018.

A empresa pediu agora falência, no Reino Unido, e a Deloitte foi nomeada administradora, como foi anunciado num comunicado de imprensa de sexta-feira (5 de junho).
A marca tem 25 lojas no Reino Unido e 800 empregados, 785 dos quais beneficiam do regime de trabalho a tempo reduzido criado pelo governo.
Esta falência não diz respeito às atividades online no Reino Unido, uma vez que estas não são propriedade da própria sucursal no Reino Unido. A fim de trazer a marca de volta ao país, a Deloitte está a considerar renegociar os contratos de arrendamento das lojas com os seus proprietários, e/ou encontrar um comprador.
"Este é mais um golpe no sector retalhista britânico e o mais recente exemplo do impacto da pandemia de COVID-19 no sector retalhista", afirma Rob Harding da Deloitte. "O efeito de contenção, combinado com os desafios mais vastos que as lojas físicas enfrentam, criou uma necessidade de financiamento para este negócio e, por conseguinte, levou à sua falência", explica.

No entanto, a empresa optou por um regime de falência pouco vinculativo, que lhe permite continuar a atividade sem pressões por parte dos seus credores.
A pandemia já precipitou a falência da cadeia britânica de vestuário e mobiliário doméstico Laura Ashley e da cadeia de lojas de departamento Debenhams.
A empresa-mãe americana, Victoria's Secret, não foi poupada às dificuldades, depois de ter sido muito popular no início dos anos 2000. Confrontada com problemas financeiros, anunciou em maio o encerramento de 250 lojas na América do Norte, e avisou que outras poderiam seguir-se nos próximos dois anos. E ainda devido à pandemia, o seu proprietário, a empresa americana L Brands, cancelou anteriormente a sua venda ao fundo Sycamore Partners, que havia concordado em pagar 525 milhões de dólares para assumir o controlo (55% do capital).
A super-modelo portuguesa Sara Sampaio, ícone de beleza internacional, representa a Victoria's Secret Portugal, com loja no aeroporto de Lisboa.
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