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17 de jun. de 2013
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Galeries Lafayette abre em Indonésia, aventurando-se de novo na Ásia

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AFP
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17 de jun. de 2013

JACARTA, (AFP) – Galeries Lafayette inaugurou na última quinta-feira uma nova loja em Indonésia, antes da China em setembro, lançando-se assim mais uma vez à conquista da Ásia, novo eldorado do luxo, depois de uma primeira tentativa fracassada nos anos 80-90.

A voz de Charles Aznavour destila seu eterno "Formidable", uma Tour Eiffel gigantesca se estende ao longo dos quatro andares e as vendedoras oferecem aos clientes um "bonjour" com um ligeiros sotaque assobiado: a Galeries Lafayette "enfim" chegou à Indonésia, anuncia orgulhosamente um painel, com o texto em francês.

Com certeza, "Enfim" poderia ser a palavra.


Quarto país mais populoso do planeta com 240 milhões de habitantes, o imenso arquipélago é há muito tempo o novo e principal destino das marcas internacionais de luxo. Com um crescimento superior a 6% por ano, o mais alto do grupo dos vinte principais países ricos e emergentes (G20), a maior nação muçulmana do planeta quer aumentar de maneira espetacular sua classe de abastados, com o feroz apetite por tudo o que brilha.

As marcas LVMH, Gucci, Prada e outras como a Chanel não param de abrir novas butiques em cerca de cem centros comerciais com os quais conta a capital Jacarta, uma megalópole gigantesca de aproximadamente vinte milhões de habitantes.

Diante desta corrida aos substanciais mercados do Extremo Oriente, como a Indonésia e a China, a Galeries Lafayette, até agora, era tida como uma grande ausência.

No entanto, a primeira economia do Sudeste da Ásia apresenta "um potencial e um crescimento muito rápido", declara à AFP Philippe Houzé, presidente do diretório do grupo.

O grupo já se aventurou no continente asiático nos anos 80-90, mas as lojas de Singapura e de Pequim tiveram de fechar, uma vez que a imprensa local falava de perdas de dezenas de milhões de euros.

"Nós não tínhamos bons parceiros e as lojas não estavam adaptadas", explica Philippe Houzé.


Desta vez, trata-se de uma parceria com o grupo Mitra Adiperkasa, definido pela Galeries Lafayette, com seus mais de 1.400 pontos de venda na Indonésia, como o primeiro distribuidor local de lifestyle.

A empresa espera mesmo não se perder, ao adotar um "procedimento profissional" que consiste em não querer impor demais aquilo que faz dos magazines franceses grandes" e em "misturá-los com o estilo de vida" local, explica o dirigente.

Portanto, trata-se de recriar um pedaço do boulevard Haussmann na Ásia, mas sem se esquecer de que não se está em casa. Dessa forma, Zadig e Voltaire se aproximam dos "batiques" (tecidos com motivos tipicamente indonésios) e cerca de vinte marcas são indonésias, dentre as 330 presentes neste templo de luxo de 12.000 m2, ou seja, aproximadamente um sexto do tamanho da Galeries Lafayette em Paris.

Este conceito é o fio condutor da nova estratégia internacional da loja de departamentos francesa, ainda pouco presente no exterior. Só quatro das 64 Galeries (incluindo a indonésia) encontram-se fora da França. Berlim abriu em 1996, depois Dubai, em 2009, e Casablanca, em 2011. Pequim deve seguir no próximo mês de setembro, antes da Turquia e do Catar em 2015.

"Conversas estão em curso" para outros países, deixa escapar Thierry Prévost, director de desenvolvimento internacional, lembrando da Malásia e das Filipinas e, até mesmo, de Singapura.

O grupo, que realizou um volume de negócios de 3,7 bilhões de euros de vendas no varejo em 2012, não revela os montantes investidos. De qualquer modo, seu dirigente Philippe Houzé se diz confiante, mesmo para a loja de Pequim, que deve abrir num momento em que o crescimento do gigante asiático desacelera.

"Não se trata de uma história de alguns meses ou de alguns anos. Abrimos para desbravar um país, ficaremos aí por um longo prazo", assegura.

Em Jacarta, onde a galeria conduziu uma pré-abertura no fim de abril, os primeiros números de visitação são "bons", garante uma fonte próxima à direcção da loja, que tem como ambição atrair 700.000 visitantes por ano.

Em todo caso, os primeiros clientes pareciam encantados. "Fizeram muito bem em abrir uma loja aqui. Não precisamos mais viajar e podemos fazer nossas compras em Jacarta", diz contente Liz Gusman, uma "Ibu-Ibu" (mulher casada com um rico Indonésio), acostumada a tomar o avião para fazer compras nos grandes magazines parisienses.

Loïc Vennin

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