Galiza e Norte de Portugal firmam um protocolo têxtil comum

Vigo – A Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal firmou, na passada quinta-feira (17), um protocolo de colaboração transfronteiriça em matéria de têxteis, por meio do qual serão implantadas ações para dar maior visibilidade ao sector têxtil da Euro-região, criar uma marca própria e atrair compradores.

Dessa maneira, depois da assinatura deste acordo, que teve lugar nesta sexta-feira (18) em Vigo, será constituída a “Plataforma Luso-Galega para o Desenvolvimento do Cluster Têxtil Moda”, que promoverá iniciativas para dar maior visibilidade ao cluster da moda, por meio do qual será criado um inventário de bens e serviços.

Além disso, com este projecto a Comunidade quer trabalhar para que a euro-região seja considerada uma zona de “excelência internacional” da indústria, onde se gere “muito bem” o negócio da moda, com o objectivo de “mais do que vender, que se venha comprar”.

Neste sentido, o secretário-geral do Cluster Têxtil Moda-Confederação de Indústria Têxteis da Galiza (Cointega), Alberto Rocha, indicou que um dos propósitos deste acordo é eliminar barreiras da administração e elaborar um inventário sobre “o que está a acontecer e o que se pode fazer para melhorar esta indústria”.

Da mesma maneira, outro dos objectivos é “delinear o caminho de inovação e futuro para as empresas menores” e conseguir que “a complementaridade” existente nesta indústria, entre a Galiza e Portugal, “possa ser utilizada para qualquer empresa de qualquer outra parte do mundo”.

Assim Rocha realçou que é necessário que esses sectores apostem na internacionalização, com a busca de mercados exteriores, seja através de políticas ativas, seja por meio da associação.

ESTIMULAR O SECTOR

O vice-presidente da junta, Alfonso Rueda, destacou que a Galiza é a região “mais exportadora de Espanha”, uma conquista que, aponta o dirigente, “tem muito a ver com o sector têxtil”, realçando a importância da euro-região para o “trabalho conjunto a fim de ajudar os empresários a gerar negócios”.

Por seu turno, o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Carlos Neves, observou que a cooperação entre a Galiza e o Norte de Portugal será “decisiva” também para gerar mais empregos e “estimular” outros sectores.

Em relação a este assunto, o dirigente português comentou que, para a execução deste acordo, contará com o apoio das universidades e dos centros tecnológicos, que acrescentam maior qualificação e que serão “elementos decisivos para tornar esta indústria mais competitiva”.

CLUSTER DA MODA

Tal como indicou o secretário-geral de Cointega, em 2008, a Galiza e o Norte de Portugal colocaram para funcionar um cluster têxtil transfronteiriço – o Eurocluster – com “força para sustentar o sector” entre duas regiões onde “é fácil se comunicar” e que são “complementares”.

O director-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Paulo Paz, acrescentou que se trata de “um dos clusters europeus de referência na Europa e no mundo”, no qual se juntam a especialidade da indústria do Norte de Portugal com os modelos de negócios galegos.

Por fim, Paz enfatizou que o têxtil é um sector “particularmente resistente” que, durante a crise, “soube como se recuperar”, já que “compensou a queda dos negócios no mercado interno e recuperou os valores de 2007”.