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Estela Ataíde
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26 de mai. de 2023
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Gap Inc surpreende com lucros inesperados

Por
Reuters
Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
26 de mai. de 2023

A Gap Inc divulgou na quinta-feira os seus resultados do primeiro trimestre e estes são melhores do que o esperado, devido aos esforços de reestruturação e a uma queda nos custos de aprovisionamento. O valor das ações saltou imediatamente 16%.


Gap Inc.


As empresas começam finalmente a desfrutar de uma pequena pausa no aumento estratosférico dos custos de transporte e fabrico, após anos de dificuldades de aprovisionamento.
 
A margem comercial trimestral da Gap aumentou 610 pontos base numa base ajustada, devido a uma descida nos custos do transporte aéreo e a uma atividade promocional reforçada.

A empresa encadeou dois trimestres consecutivos de diminuição dos seus stocks e está a fazer os possíveis para se livrar do restante do ano passado. Os volumes de stocks caíram 27% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a diretora financeira Katrina O'Connell.
 
Como muitas outras cadeias, a Gap aumentou as suas encomendas aos fabricantes para dar resposta ao aumento da demanda registada durante a pandemia de Covid-19, apenas para se ver a braços com pilhas de produtos não vendidos após o regresso às despesas normais.
 
Zachary Warring, analista da CFRA Research, disse: "O trimestre foi satisfatório, melhor do que esperávamos e temíamos." 
 
Desde setembro, a cadeia eliminou 2.300 postos de trabalho nos seus escritórios em duas vagas de despedimentos, juntando-se a várias outras grandes empresas americanas que estão a rever os seus quadros de funcionários numa altura em que a inflação está a deixar os consumidores nervosos.
 
Bob Martin, CEO interino, disse numa conferência após a divulgação dos resultados que as reduções de pessoal devem representar uma poupança de aproximadamente 550 milhões de dólares (512,58 milhões de euros) por ano em base anual.
 
Os dirigentes tomaram a decisão de reduzir despesas relacionadas com o pagamento de salários e outros custos operacionais para melhorar as margens enquanto faziam os possíveis para reduzir o inventário.

A empresa irá também encerrar cerca de 350 lojas de baixo desempenho da Gap e da Banana Republic até ao final do ano e não abrirá tantas novas lojas quanto o planeado, reconheceu Katrina O'Connell.
 
Apesar de tudo, as quatro marcas do grupo viram a sua faturação baixar neste trimestre. A retalhista não conseguiu atualizar o seu inventário para dar resposta às demandas do consumidor.
 
Mari Shor, analista sénior e sócia da Columbia Threadneedle Investments, comentou: “Sinto que escolheram o caminho mais fácil em termos de encerramento de lojas e redução de custos. Agora é realmente necessário que os motores de crescimento que são a Athleta e a Old Navy voltem a progredir, mas não acho que isso vá acontecer a curto prazo.”
 
Como outras retalhistas, incluindo a Target e a Best Buy, a Gap está a sofrer com a queda na demanda e uma curva de compras mais baixa entre os consumidores de baixa e média renda, que estão a poupar em despesas não essenciais como vestuário.

"As receitas e as estimativas de receita estão abaixo das dos concorrentes, mas a empresa parece estar focada na rentabilidade", disse Zachary Warring.
 
A Gap registou um lucro trimestral ajustado de 1% no trimestre, tendo sido consideradas possíveis perdas de 0,16 dólares (0,15 euros), segundo dados IBES da Refinitiv.
 
As vendas líquidas da empresa caíram 6% para 3,28 mil milhões de dólares (3,06 mil milhões de euros). Os economistas tinham apostado em 3,29 mil milhões de dólares (3,07 mil milhões de euros).
 
A Gap manteve a sua orientação de vendas para o ano todo e visa uma queda de 5 a 10% na faturação no segundo trimestre. Os analistas anunciam por seu lado uma queda de 4,95%.

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