Gap prevê vendas fracas devido a menores gastos com roupa

A Gap Inc divulgou na quinta-feira um prejuízo maior do que o esperado no quarto trimestre e previu vendas para o ano inteiro abaixo das previsões de Wall Street, sinalizando uma queda na demanda pela sua roupa como resultado da inflação.

As ações da empresa caíram cerca de 8% nas negociações ampliadas após a empresa matriz da Banana Republic prever também vendas abaixo das estimativas no primeiro trimestre.
 
Com a Reserva Federal pronta para aumentar as taxas de juros mais do que o esperado na tentativa de controlar a inflação, os consumidores, especialmente os de renda baixa e média, tornaram-se mais cautelosos e travaram os gastos com artigos não essenciais.

Os esforços da empresa para oferecer promoções e maiores descontos durante o trimestre de festas para se livrar do excesso de stock e estimular a demanda prejudicaram ainda mais as suas margens.
 
A Gap também anunciou que a diretora-geral da Athleta, Mary Beth Laughton, está de saída da empresa com efeito imediato e que está à procura de uma substituta para o cargo.
 
A empresa também assinala uma desaceleração na demanda por roupas casuais e desportivas, à medida que as pessoas retomam as ocasiões especiais e procuram peças mais formais. As vendas das quatro marcas da Gap diminuíram neste trimestre, com as da Athleta a caírem 1%.
 
Enquanto a Old Navy, a maior marca da Gap, se tem debatido com um inventário obsoleto, a diretora financeira Katrina O'Connell disse que a Banana Republic cometeu alguns erros com os produtos da temporada de Natal, incluindo uma variedade demasiado ampla de camisolas e outerwear e uma oferta de presentes que não atraiu o consumidor.
 
Zachary Warring, analista da CFRA Research, disse:  "Contamos que os próximos trimestres sejam difíceis para a Gap devido a um ambiente económico mais fraco do que nos dois anos anteriores e uma nova direção.”
 
A Gap espera um crescimento da margem bruta no primeiro trimestre e no ano inteiro, mas Warring acrescentou que essa melhoria na margem "não é nada que mereça entusiasmo".
 
A empresa espera que as vendas líquidas do exercício de 2023 caiam de 3% a 5%, contra as previsões dos analistas de um aumento de 1,64%, de acordo com dados da Refinitiv IBES.