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Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
25 de set. de 2020
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6 Minutos
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GCDS: Uma história de imigrantes de torna viagem na moda

Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
25 de set. de 2020

Poucas novas marcas se posicionam tão bem em Milão, hoje em dia, como acontece com a GCDS. Uma história de imigrantes de torna viagem que se estabeleceram primeiro na China e regressaram depois a Itália, encenando na noite de quinta-feira (24 de setembro), na Semana da Moda de Milão, aquilo a que chamam de "bonança eletrónica".


Os irmãos Giordano e Giuliano Calza


A GCDS é uma criação de dois irmãos – Giuliano e Giordano Calza – que nasceram em Nápoles, mas fundaram a sua casa de moda em Milão. No entanto, os primeiros passos que deram na moda não foram em Itália, mas sim em Xangai, na costa central da China, quando dirigiam cinco restaurantes e estavam sedentos por um momento de evasão nas suas vidas.
 
Esse caminho inesperado reflete-se nos desenhos da GCDS; cujo nome significa God Can't Destroy Streetwear (Deus Não Pode Destruir a Roupa de Rua). E, para muitos, o Todo-Poderoso certamente rompeu, este ano, com inúmeros hábitos convencionais na pandemia, como noções típicas sobre a encenação de coleções de moda, uma vez que os estilistas de todo o mundo se esforçaram por reinventar desfiles e apresentações pós-encerramento. Poucos mais ousam como Giuliano Calza, que contratou a empresa de engenharia Emblematic Group – a qual foi fundada nos EUA, em 2007, por Nonny de la Peña, sendo conhecida como "madrinha da realidade virtual" –, para triturar personagens loucos, coloridos com a kitsch Day-Glo e vários outros devaneios em vídeo, para a última apresentação da GCDS.

O espetáculo foi transformado num planeta virtual inexplorado, com a ajuda da empresa de engenharia Emblematic Group, com sede em Los Angeles (Califórnia), e da sua plataforma REACH.Love, reunindo uma equipa única de hacker criativo, liderada pelo artista multidisciplinar Thomas Webb, e pelo realizador Jeron Braxton, que visionou o vídeo In Your Eyes (Nos Teus Olhos) do The Weeknd (nome profissional do cantor, compositor e produtor discográfico canadiano, Abel Makkonen Tesfaye).

Em Milão, os dois irmãos revelaram o conceito na noite de quinta-feira, às 20 horas, à sua equipa de design e relações públicas no jardim do seu escritório Porta Venezia. Em Los Angeles, foi transmitida uma exibição simultânea ao vivo.
 
Assim, apanhámos via Zoom, o designer Giuliano Calza, que estudou Ciências Políticas em Nápoles, e o seu irmão Giordano Calza, diretor-geral, bacharel em Economia pela SDAB, a escola de negócios da Universidade Bocconi de Milão. Giuliano, vestido com uma camisola de caveira, e Giordano, com uma camisola de ganga, dando a sua opinião sobre o que se segue para a moda e para a GCDS.


Loja GCDS em Londres - GCDS


FashionNetwork.com: Porque decidiu criar uma arcada digital?
Giuliano Calza: Eu estava a trabalhar em minha casa a olhar pelas janelas e a pensar como posso escapar desta prisão. Queria algo para animar as pessoas e criar algo que as entusiasmasse, por isso decidi tirar toda a gente deste mundo. Pensei: "É um lugar agradável e é exatamente isso que eu encontro". Gerado em 3D e concebido para que a roupa fluísse e parecesse verdadeiramente como na realidade. Todos querem fazer parte da audiência de um desfile de moda e, este ano, podemos sentá-los onde quisermos, em qualquer lugar, mesmo perto de celebridades. É uma escolha democrática. Mas, o projecto, foi extremamente cansativo. Estou realmente entusiasmado por criar como este Blade Runner, uma espécie de sentimento. Neste mundo, podemos mudar o clima e a atmosfera à nossa volta; ou as pessoas podem desfrutar de jogos e até mesmo ir aos bastidores. Teremos muitos jogos – a nova versão de Pacman e pinball e tudo o que se tinha no primeiro computador.
 
FNW: Porque escolheu o slogan "God Can't Destroy Streetwear"?
Giuliano: Foi uma decisão de adolescente. Comecei este projecto, com apenas 20 anos. Estou sempre alegre e disposto a uma diversão e sentia que a moda precisava disso. Senti, "porque é que toda a gente tem de usar preto? Vamos fazê-lo em cor-de-rosa e verde. Sempre tive a ideia de que o vestuário é uma camuflagem que reflete o nosso estado de espírito.
 
FNW: Como define o ADN da GCDS?
Giuliano: É um estilo lúdico peculiar feito em Itália. Roupa de rua que é produzida nas melhores fábricas de Itália, com excelentes peças de malha e cortes de vestuário. É a beleza que é moderna e mangá.

FNW: Chamar-se-ia a si próprio uma etiqueta de skateboarder?
Giuliano:
Não, porque hoje em dia os artigos do género que criamos são feitos à mão e altamente artesanais e temos casacos da mesma fábrica utilizada pela Gucci e Dolce. Estamos entre o streetwear e a moda.
 
FNW: Já fez um espetáculo em Nova Iorque? Porque regressaram a Itália?
Giuliano:
Sim, fizemos uma vez para a primavera-verão de 2017. De facto, a New York Fashion Week convidou-me como "Most Loved Italian Most Loved" e pagou tudo, fizemos um desfile de sucesso num cais. Mas, Nova Iorque é três vezes mais cara do que Milão! Portanto, outra vez não.
 
FNW: Que tipo de ano estás a ter, Giordano?
Giordano:
Acabámos de abrir em Londres, mas só ficámos abertos durante três semanas. E, inauguramos uma quinta loja na Ásia, em Xangai. Este ano, não despedimos ninguém devido à Covid. Ainda não o fizemos. Todos continuam a trabalhar para nós.


Loja GCDS em Hong Kong - GCDS


FNW: Qual é o volume de negócios anual?
Giordano:
20 Milhões de euros, cerca de 80% por comércio grossista. Em 2020, será provavelmente o mesmo que no ano passado, talvez mais 5%.
 
FNW: Quantos pontos de venda têm?
Giuliano:
Temos sete lojas próprias, e cerca de 370 pontos de venda, não em muitas lojas de departamento – o meu irmão não gosta. Essencialmente boutiques. Vemo-lo como luxo de nível básico.
 
Giordano: As nossas vendas online duplicaram, mais ou menos, este ano. Mas, tivemos de fechar o nosso showroom em Paris, e ninguém pode vir ao showroom de Milão, por isso tudo é feito por Zoom. Mas, neste momento, não temos muitos sinais negativos. O nosso orçamento é pelo menos o mesmo do ano passado, graças ao comércio eletrónico. Além disso, vamos abrir uma loja em Roma, na Via del Babuino. A nossa própria loja direta. Conseguimos que o senhorio aceitasse uma percentagem das vendas. Portanto, nada de dinheiro chave! Os senhorios gostam da nossa marca porque não se pode definir, claramente, qual é a nossa marca. Podemos vender massa, ou água, ou qualquer coisa!
 
Giuliano: Produzimos diretamente beleza. Eu escolhi cada item, e tudo é divertido. Tal como o nosso batom chamado Marijuana, que funciona e vende muito. Mas, a beleza precisa de um grande investimento, por isso vamos devagar.
 
FNW: Qual é o vosso maior mercado?
Giordano:
A China é o nosso segundo mercado, depois de Itália, incluindo as lojas em Xangai, Pequim e Hong Kong desde há uma semana.
 
Giuliano: Eu costumava viver em Xangai. Abri um restaurante italiano e, a dada altura, tínhamos cinco, mas achei tudo muito stressante, na gestão de comida e pessoas. Muita gritaria, por isso queríamos uma mudança. De qualquer modo, fui expulso porque não tinha visto, por isso, estranhamente, ir para lá é como voltar para casa. É que eu fiz os meus primeiros capuzes na China e levei-os no regresso para vender em Milão. Portanto, a nossa é uma verdadeira história de imigrantes!
 

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