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Novello Dariella
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28 de out. de 2019
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Geração Z aposta no autêntico

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Novello Dariella
Publicado em
28 de out. de 2019

Adeus ao marketing experimental, celebridades e influenciadores. Com a Geração Z, a indústria do luxo terá de se concentrar nos seus produtos e lojas, criando um verdadeiro vínculo emocional com o cliente. Estes são os resultados que surgiram de um estudo realizado pela consultora Bain & Company, apresentado no dia 22 de outubro em Milão, durante conferência MFGS Milano Fashion Global Summit 2019.
 

A Geração Z é mais comprometida e responsável do que a Geração Y - Shutterstock


É a primeira vez que cinco gerações de consumidores ativos coexistem no mercado de luxo. Entre eles, os mais jovens, batizados como Geração Y e Z, são responsáveis por cerca de 30% das compras de luxo atualmente (sendo 31% para a Geração Y e 2% para a Geração Z). No entanto, a participação de mercado deve aumentar para 80% até 2035 (40-45% para a Geração Y e 35-40% para a Geração Z).

Embora estejam próximos dos quarenta anos e em breve sejam considerados "velhos", os millennials dominam o mercado. Falamos da Geração Y, as pessoas nascidas entre 1980 e 1995, pois a sua mentalidade influenciou significativamente e continua a afetar o comportamento de compra de todos os consumidores de luxo. Estes experimentaram a ascensão da internet, participando da sua construção, bem como das redes sociais e influenciadores, com foco na experiência em relação ao produto.

Não devem ser confundidos com a próxima Geração, Z, das pessoas nascidas entre 1996 e 2010, cuja atitude difere completamente da dos millennials, com um novo comportamento de compra que a indústria do luxo terá que levar em consideração.

"A Geração Z não se lembra dos ataques de 11 de setembro de 2001. Nasceram numa situação de incerteza, provocada pelo terrorismo. Outra diferença, comparando com os seus antecessores, é que não foram criados pelos pais permissivos do baby boom, mas pela Geração X, nascida entre 1960 e 1980, que viveu a crise de 1992, algo que os tornou mais responsáveis ​​e independentes", afirma Federica Levato, autora do estudo.

Como resultado, estas novas gerações são mais determinadas e pragmáticas, e sabem que a mudança é necessária e não acontece sozinha. Devem ser ativistas e estar na linha da frente para conseguir essa mudança. Imersos desde o berço na era digital, estes jovens usam a tecnologia de forma mais equilibrada.



Impacto da Geração Z no mercado do luxo nos próximos anos - Bain & Company


Para eles, o smartphone não substitui a interação física, é apenas um complemento. Nessa mesma linha, celebridades e influenciadores não têm o mesmo valor aos seus olhos. A Geração Z prefere inspirar-se em familiares e amigos, ou personalidades exemplares que alcançaram um objetivo nas suas vidas, como os atletas.
  
"Não são considerados simples consumidores. Querem ser protagonistas do setor do luxo, estabelecendo um diálogo com a marca num espírito cocriativo. Estes jovens exigem um vínculo emocional real com a marca. Já não serve a experiência como um fim em si mesmo”, sublinha Federica Levato. "Será um consumidor mais humano, mais responsável e crítico, para quem as marcas terão de se despir e ser transparentes", afirma.

Nesse contexto, o produto volta a ser o protagonista. Tem que ser excelente em termos de qualidade, mas também em valores, ou seja, deve ser produzido de forma ética e responsável. A loja também recupera o seu papel central e torna-se uma peça fundamental para criar esse vínculo emocional entre o cliente e a marca.


"O desafio dos próximos cinco ou dez anos é a incerteza sobre o que está por vir. Assim como a Geração Z, as empresas terão que reagir de forma mais pragmática e ser mais ativistas para garantir o sucesso", conclui Federica Levato.

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