Guia JeansWear
14 de jan. de 2016
Geração 'millenials' força mudanças no mercado 'fast fashion'
Guia JeansWear
14 de jan. de 2016
As fábricas no Bangladesh estão em colapso, as fontes de água estão poluídas por corantes e, caso se continue a usar a água neste ritmo, em 2030 a procura vai exceder a oferta em 40%, de acordo com um relatório da McKinsey & Company. Tudo em nome do lucro.
Porém, de acordo com investigadores de mercado, o mercado 'fast fashion' demonstra prontidão para abraçar tal mudança, estimulado pela influência de uma nova geração de consumidores cada vez mais eco-conscientes.
Esses novos consumidores, com idade entre 15 e 34 anos – intitulados 'millenials' – correspondem a uma nova geração que só acredita em retalhistas transparentes. E, à medida que estes novos clientes exercem cada vez mais influência no mercado, as empresas de 'fast fashion' vão ter de tomar medidas alinhadas à ideologia, para acrescentar valor às suas marcas: este será o diferencial do futuro.
Em função desse cenário, o futuro do mercado da moda aponta para uma tendência de que os grandes retalhistas, como Forever 21, H&M e Zara, passem a adotar um conceito designado de 'field to form': que implica ter as fontes de matérias-primas próximas das unidades de produção, permitindo que estas possam ir diretamente do campo para a fábrica, e daí para os espaços de venda.
Esse conceito poderá ser aplicado com a compra de campos de algodão ou da construção de fábricas e reverterá uma logística mais sustentável e ética, com a vantagem oculta da redução nos custos de expedição.
As empresas de 'fast fashion' estão a lucrar, ao dar aos clientes exatamente o que eles querem: vestuário barato alinhado às tendências. Mas, em 2025, os clientes terão acesso a experiências completamente personalizadas: tudo graças à impressão 3D, que permitirá 'incluir o cliente no processo de design', assegurando o lucro.
Os designers da indústria do pronto-a-vestir, por sua vez, seguem a velocidade imposta pelo mercado. A moda de luxo, por seu turno, não sente a mesma pressão dos retalhistas para produzir e estará sempre disponível para aqueles que querem arte para vestir-se.
Sendo assim, a única grande mudança que poderá afetar os designers é a própria estrutura e finalidade dos desfiles de moda. Os desfiles existem na atualidade para mostrar coleções com antecedência, mas o WWD anunciou recentemente que pelo menos uma semana de moda está a avaliar mudanças no tradicional esquema das apresentações.
O CFDA, grupo que organiza a Semana de Moda de Nova Iorque (Council of Fashion Designers of America), realiza um estudo para descobrir se deve fazer desfiles voltados para o consumidor com a apresentação de coleções que já se encontram disponíveis nas lojas.
Concluindo, parece que a única indústria que pode ter atingido o seu pico é aquela do 'fast fashion', na qual as retalhistas realizam imediatamente reproduções dos 'looks' mais cobiçados da passarelle para os colocarem na loja duas vezes por semana.
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