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Publicado em
26 de mar. de 2021
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5 Minutos
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Gherardo Felloni entra em cena na sua nova coleção cinematográfica para a Roger Vivier

Publicado em
26 de mar. de 2021

"Percebi que, nos últimos anos, todos reagem a coisas sinceras. Quando fazemos algo em que realmente acreditamos, e não apenas por razões comerciais, as pessoas reagem. É autêntico, uma linha muito fina, mas as pessoas compreendem", argumenta o diretor artístico da Roger Vivier, Gherardo Felloni, tentando explicar o provocante vídeo da sua nova coleção para a famosa marca de sapatos, que nos faz pensar.

Roger Vivier — DOWESHOW?


Gherardo Felloni chamou ironicamente ao seu filme que revela o novo calçado da marca, Do We Show? (Mostramos?), uma meditação sobre um espectáculo que nunca chega a acontecer porque não passa de um casting. Como também se trata de um documentário social satírico sobre o que está a suceder na moda e no luxo desde que a pandemia começou.
 
"Queria tocar nesta situação Covid, mas com humor, pois não sou um político. Ninguém comentou realmente sobre o Covid no nosso mundo", continuou Felloni.

Assim, o espectáculo começa com duplas de cinco ícones – Marilyn Monroe, Marlene Dietrich, Josephine Baker, Grace Kelly e Édith Piaf. Esta última sempre de copo na mão esforça-se e não consegue realmente cantar. Torce-se e contorce-se como se não fosse capaz de conter as pernas finas. Como Piaf marcada por depressões e vícios em consequência da vida madrasta que teve.

Quatro das cinco fanáticas da moda abrem o show descontraidamente sentadas, em cadeiras douradas Louis XVI com almofadas cor-de-rosa. Sobressaem as botas de lantejoulas e plumas de Josephine Baker; e as sandálias com brilhantes de Marilyn Monroe.
 
"Põe-me essas malditas luzes em cima", grita a certa altura Marilyn; enquanto Dietrich de cigarro na mão e nariz empinado observa de esguelha as suas botas de cano alto, em couro preto patenteado com saltos agulha, que Roger Vivier é creditado por ter inventado.

Todas à espera de um momento no palco decorado apenas com um par de vasos gigantes de terracota, encimados em colunas e repletos de tufos de flores vermelhas. As colunas antecedem o palco com um microfone de pé, ao centro, e cortinas drapeadas como pano de fundo. Todas e gradualmente, uma de cada vez, revelam-se grandes interpretes ao longo do vídeo onde participam, ora cambaleando para o palco como Piaf, ora saltando para o palco como Baker que dança e diz que é onde se sente livre. Até reparar nas cadeiras vazias e perder toda a emoção.

Marilyn entra em cena, dizendo ser um papel fácil, mas logo se irrita mal as luzes deixam de a iluminar. "Tão impulsiva" ironiza Dietrich sem parar de fumar e subindo por sua vez ao palco para descrever quem diz não conhecer e que todos julgam pela fama. Este é também um retrato psicológico e emotivo das musas imortais.


Gherardo Felloni - Foto: Roger Vivier


 Quando Dietrich dá a deixa de que vai terminar, todas as atrizes começam a sufocar, contorcionando-se até à suposta cena final – a morte.

"Poderiam fazê-lo de novo um pouco mais real?" pede o realizador, interpretado por Gherardo Felloni, um toscano barbudo, nascido em Arezzo, cidade cujos primeiros habitantes incluem Petrarca, Miguel Ângelo e Vasari.

Marlene Dietrich levanta a cabeça e por entre uma passa do interminável cigarro diz: "Sabes que é difícil atuar sem audiência!" O realizador ignora-a e chama a próxima vedeta que se levanta depois de um plano de pormenor dos sapatos e da bolsa cintilantes com fivela retangular. É a interprete de Grace Kelly, vestida de azul, que se revela por fim a si própria e às outras vedetas como pessoas frágeis apesar da grande popularidade.

Cada uma das estrelas está ligada à maison: Marlene era uma amiga muito próxima de Roger Vivier, que lhe desenhou um salto especial com bola de diamante chamado Marlene. Era também um bom amigo de Edith Piaf; e, quando era adolescente, Vivier foi ver Baker atuar em Paris, e ia muito com o método Monroe. Enquanto a personagem que interpretava Grace Kelly, na vida real uma cliente muito ativa, usava sapatos forrados com tecido de flores de plataforma e biqueira quadrada.
 
"Porque é que elas morrem? Porque se se é um artista e não se tem público é o mesmo que morrer, não?" graceja Felloni, vestido de preto a destacar o pingente com camafeu de Hércules do final do século XIX.
 
O resultado foi uma coleção rica em proporções e polimento: botas de cetim azuladas com espigão; botas de couro com a assinatura da maison com fivela retangular grande; ou botas sensacionais de tule de nylon com cristais e cobertas com penas de galo.

Para o dia, botas de ciclista com sola grossa e fivelas laterais retangulares adicionaram um toque de realidade. Tal como a nova versão da maison com a marca estampada atrás.
 
Para a apresentação, Gherardo Felloni desenvolveu sete toiles, combinando cada uma com calçado que apresentou sobre cortinas de cetim cor-de-rosa. Volumosos vestidos e túnicas New Look feitos em ganga ou lona.


Várias tonalidades de sapatos Roger Vivier do mesmo modelo de salto e biqueira quadrada e com fivela retangular - Photo: Roger Vivier


Depois de se formar em Biologia na universidade, Gherardo Felloni, um ilustrador talentoso, começou a desenhar para a fábrica de sapatos do seu pai. Antes de se juntar à Prada e à Miu Miu, e de trabalhar mais de quatro anos com a Dior, passando pelos reinados de John Galliano e Raf Simons.
 
"Uma vez Patrizio Bertelli disse-me que eu tinha de desenhar 100 pares de sapatos para o dia seguinte. Assim, no dia seguinte, às 11 da manhã, tinha 115 esboços, e eu disse: 'toma estes!'", riu-se Felloni com orgulho.
 
Gherardo Felloni juntou-se em 2018 à Roger Vivier – que é propriedade da Tod's e do bilionário de luxo italiano Diego della Valle –, continuando a desenvolver um estilo opulento que referencia continuamente as formas inovadoras e duradouras da maison. Para Felloni, o ADN da marca é claro, uma ligação estreita com o cinema e as estrelas de cinema.
 
"As últimas criações de Roger Vivier nunca são banais, pois trabalha em formas puras. Mas o que é crucial aqui é o savoir-faire. Vivier foi um génio como designer, mas também tecnicamente muito relevante. E uma raridade! Não é uma marca que venda milhões de pares, mas é rara. Pode-se encontrar aqui algo que não se pode encontrar noutras boutiques, o que é algo que Diego della Valle sempre encoraja", insiste Felloni.
 

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