Giorgio Armani está pronto para unir forças com parceiro
O mercado de luxo italiano está, mais do que nunca, no centro de uma intensa especulação. Enquanto terça-feira (6 de abril) a Dolce & Gabbana nega qualquer aproximação com a Kering, afirmando no entanto estar aberta à adesão a "um projecto italiano mais amplo", Giorgio Armani está a considerar pela primeira vez uma possível aliança entre o seu grupo e um investidor.

A informação é ainda mais surpreendente pelo facto de o estilista italiano de 86 anos de idade ter sempre afirmado que a sua maison permaneceria independente. Num retrato na Vogue USA, Armani reconhece que este princípio de independência "não é tão estritamente necessário" e que se está a tornar possível "pensar numa ligação com uma importante empresa italiana", não necessariamente no setor da moda.
Sem dar mais pormenores, o designer italiano apenas indica "que não está previsto um comprador francês", incluindo a LVMH ou Kering. Como resultado desta resposta, os olhos voltam-se teimosamente para a Exor, a empresa holding da família Agnelli, que acaba de adquirir uma participação de 24% no capital da famosa marca de sapatos Christian Louboutin e adquiriu Shang Xia, a marca de luxo chinesa criada em 2010 pela designer de Xangai, Jiang Qiong Er, em parceria com a Hermès, no final de 2020.
Além de ser italiana e não diretamente ativa na moda, a empresa, que é nomeadamente o acionista maioritário do fabricante de automóveis Stellantis e Ferrari, mas também do grupo de imprensa The Economist ou mesmo do clube de futebol de Turim, Juventus, parece ter uma espinha dorsal suficientemente forte para levar a cabo uma operação de tal magnitude. O grupo Giorgio Armani registou um volume de negócios de 2,158 mil milhões de euros em 2019.
Para preparar a sua sucessão, o estilista criou uma fundação em seu nome em 2016 e, como explicou no final de 2017 numa entrevista ao Corriere della Sera, quis transferir algumas das ações da holding dominante do seu grupo para esta, a fim de evitar qualquer risco de aquisição ou dissolução. O plano de Armani, como confirmou à Vogue USA, era "transmitir uma grande parte do negócio à sua família".
Giorgio Armani não tem filhos, mas sim duas sobrinhas, Roberta e Silvana Armani, a trabalharem no seu grupo. Um outro sobrinho, Andrea Camerana, que faz também parte da família Agnelli – uma vez designado como herdeiro do designer – deixou a empresa em 2014. Aos três sobrinhos junta-se o seu assistente de longa data Pantaleo dell' Orco. O rei da moda sempre se referiu a estes quatro nomes como os seus potenciais sucessores. Mas, como assinala na revista, "quem decide está desaparecido, ainda não há boss".
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