Golden Goose voa além das sapatilhas

A marca italiana de sapatilhas de luxo Golden Goose anunciou um aumento de 30% na receita em relação ao ano passado e está a considerar expandir-se além da sua atual gama de produtos, disse à AFP o diretor executivo Silvio Campara. “Vamos continuar a inovar no nosso negócio, que são as sapatilhas, mas haverá coisas além das sapatilhas que vamos lançar no mercado.”

Campara não forneceu detalhes sobre a nova gama de produtos. As sapatilhas Golden Goose, que têm uma estrela de cinco pontas na lateral, são vendidas por mais de 400 euros.
 
A Golden Goose já se diversificou nos últimos anos para vender roupa e acessórios, com foco em artigos de couro.

O grupo reportou na terça-feira, 4 de abril, uma receita de 501 milhões de euros para 2022  impulsionada pelo forte crescimento nas Américas e nos canais retalhista e online. As Américas foram o mercado de crescimento mais rápido do grupo no ano passado, com um enorme salto de 55% nas vendas, seguidas pela região EMEA, onde as vendas aumentaram um terço. O ímpeto manteve-se.
 
“Este ano começou muito bem em todas as regiões”, disse Campara.
 
Acrescentou ainda estar confiante de que o grupo poderá aumentar a sua quota de mercado, uma vez que a Golden Goose aumentou apenas ligeiramente os seus preços, com um aumento médio total entre 5% e 6% em três anos, muito menos que os seus concorrentes.
 
"Isso ajudou a Golden Goose a construir uma grande confiança com os clientes", disse.
 
A fabricante de sapatilhas planeia abrir mais 20 novas lojas este ano, um ritmo semelhante ao do ano anterior, informou Campara. A Golden Goose foi adquirida pela empresa de capital privado Permira à rival Carlyle em 2020, quando o grupo foi avaliado em 1,3 mil milhões de euros, disseram fontes na altura.
 
No ano passado, o grupo comprou o seu principal fornecedor, a Italian Fashion Team, aumentando assim a sua produção interna em cerca de 40%, e conseguiu fortalecer ainda mais a sua cadeia de aprovisionamento.
 
Referindo-se à cadeia de aprovisionamento, Campara indicou: "O que fizemos no ano passado não será a última vez... Tenho certeza de que temos outras aquisições a caminho."
 
O responsável mencionou também que isso permitiu à empresa ser flexível, adaptar-se aos bons e maus momentos e garantir pessoal capacitado, "que é muito difícil de encontrar hoje em dia".