Gran Canaria Swim Week by Moda Cálida posiciona ilha espanhola como capital da indústria
No âmbito do plano de internacionalização e consolidação da Gran Canaria como capital com nome próprio no mapa da indústria da moda, a ilha espanhola foi anfitriã de dois grandes eventos do setor na semana passada. Tendo como pano de fundo o turbilhão do intenso turismo estrangeiro no início da época alta na região, a Gran Canaria acolheu a celebração da primeira cimeira da Aliança Europeia da Moda. Um evento que reuniu um total de 27 organizações europeias e americanas, como a ACME (Asociación de Creadores Moda España), o Fashion Council Germany ou a Copenhagen Fashion Week, com o objetivo de forjar alianças internacionais, que passou o testemunho para a celebração da 26ª edição da Gran Canaria Swim Week by Moda Cálida, no recinto Expomeloneras de Maspalonas.

Minerva Alonso, conselheira da Indústria, Comércio e Artesanato do Cabildo da Gran Canaria, analisou em entrevista à FahionNetwork.com: “A Gran Canaria vive do turismo, que representa praticamente todo o nosso PIB. Por isso, temos um plano de ação para diversificar a economia noutros setores. É a única coisa que nos permitirá manter o nosso sustento se as coisas se complicarem, como aconteceu durante a pandemia.”
Alianças com as fashion weeks de Berlim, Copenhaga ou Miami
A dirigente política assegurou: "Estamos a trabalhar num plano de internacionalização com o Cabildo e a Câmara de Comércio da Gran Canaria." E detalhou que a presença da semana de moda praia na Berlin Fashion Week no passado mês de Março "providenciou encontros com outras organizações internacionais de moda e a criação da aliança europeia da moda” para a qual Gran Canaria se “propôs como capital do primeiro encontro global”.
No caso da Gran Canaria Swim Week by Moda Cálida, celebrada entre 20 e 22 de outubro, as colaborações com outras passarelas serão ampliadas nos próximos meses. “Já fechámos a nossa presença com um ato de comunicação na Copenhagen Fashion Week em fevereiro próximo”, revelou Minerva Alonso, acrescentando que a organização já iniciou conversações com a passarela de Miami com o objetivo de “promover intercâmbios e potencializar sinergias entre as empresas”.
Com um orçamento que, nos últimos anos, passou de 500 mil para 2 milhões de euros, o programa de projeção da moda canária não se limita apenas à celebração mediática da sua semana da moda, mas inclui também ações promocionais, eventos, bolsas, uma escola de formação ou bolsas de moda. "O apoio traduz-se em subsídios para podermos participar em feiras, facilitar a aquisição de maquinaria ou material informático e a organização de desfiles", explicou o consolidado designer local Pedro Palmas, à frente da marca Palmas, reconhecendo que o grau de exigência para fazer parte do programa é elevado.

“Recebemos um acompanhamento ao longo do ano para criar uma indústria nas Ilhas Canárias, o que é um pouco difícil”, continuou o criador. “Vimos do sol, do turismo, da banana e do tomate. Não temos a tradição têxtil de Barcelona ou da Galiza, mas estamos há anos a trabalhar na construção de uma indústria a partir do 0.”
Compradores de Portugal, França, Alemanha, Itália e Grécia
Após três dias de evento e 32 desfiles, a responsável pelo evento organizado em conjunto com a instituição de feiras de Madrid Ifema garantiu: "Estamos a consolidar-nos como uma plataforma europeia de moda praia e temos uma presença internacional notável." O programa de compradores desta edição incluiu profissionais de Portugal, França, Alemanha, Itália e Grécia.
“Para as marcas, a projeção da passarela fora das nossas fronteiras é mais positiva do que as compras aqui por turistas internacionais”, acrescentou a conselheira. O evento contou com a participação de empresas estrangeiras como a israelita Gottex, as britânicas Melissa Odabash e Alexandra Miro, a italiana Edelvissa, a dinamarquesa Copenhagen Cartel, a alemã Anekdot ou a sueca Kamilla Belmont.

Entre as propostas locais, destacou-se a homenagem à terra de Nuria González, com a qual foi reconhecida com o prémio de melhor coleção sustentável, as consolidadas Como la trucha al trucho e Aurelia Gil ou a sofisticada Elena Morales.
A nível espanhol, Victoria Cimadevilla ganhou o reconhecimento da melhor coleção graças aos seus desenhos em forma de flores voluptuosas. Não faltaram também a Bloomers, marca da modelo Laura Sánchez, Dolores Cortés, Bohodot ou All That She Loves.
Por sua vez, a veterana Agatha Ruiz de la Prada, fiel ao seu estilo carregado de cores, comemorou: “É a coleção do ano que faço com mais entusiasmo, uma coleção super Ágatha. Para mim, esta é a segunda passarela mais importante de Espanha, atrás apenas de Madrid e talvez de Barcelona.”
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