Granado mostrou boa resistência à crise
Em 2020, a marca brasileira de beleza Granado completou 150 anos. Uma data que foi marcada pelo lançamento de um livro publicado pela Assouline e por uma exposição no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro*. Mas este aniversário foi abafado pela pandemia de COVID-19, que abalou os projetos da empresa, que é também proprietária da marca Phebo, apesar de ter alcançado um crescimento de 4% em 2020, impulsionado pelos revendedores que se mantiveram abertos e pelas vendas online.

“Apesar da crise, crescemos 4% em 2020 (cerca de 120 milhões de dólares em faturação). Registamos um crescimento de 12% nas vendas de comércio grossista e uma queda de 23% no retalho. É preciso notar que 25% da nossa faturação é proveniente das lojas, que ficaram fechadas de março a agosto. Nesse período, as vendas online aumentaram 400% e, para atender com mais rapidez os nossos clientes, adotamos sistemas como a recolha em loja e a entrega expressa no mesmo dia, utilizando o stock das lojas. Vimos um crescimento significativo nos nossos revendedores em categorias de itens essenciais, como sabonetes sólidos e sabonetes líquidos, bem como em cuidados, como a linha Pink para pés e mãos", explica Sissi Freeman, diretora de Marketing da Granado, que também é filha de Christopher Freeman, o presidente do grupo de cosméticos, cuja acionista minoritária é a empresa espanhola Puig.
No Brasil, o coronavírus já matou mais de 240 mil pessoas. O país, que é um dos mais atingidos pela crise sanitária e agora enfrenta o surgimento de uma nova variante, tem tomado pouquíssimas medidas de contenção. “As ações das autoridades foram tomadas com base nas taxas de infeção de cada Estado e a critério das prefeituras. Tivemos pouco tempo de confinamento, mas desde agosto, quando reabrimos as lojas, a grande maioria dos Estados optou por uma redução do horário de funcionamento e medidas como a redução do número de clientes nas lojas e uso obrigatório de máscaras”, explica Sissi Freeman.
A Granado conta com 1.500 revendedores no Brasil (supermercados, farmácias, perfumarias), 75 lojas Granado e cinco lojas Phebo. A marca Granado também está presente em França através de três lojas parisienses e da Sephora.
“Devido à pandemia, tivemos de suspender temporariamente alguns projetos, como a expansão internacional, visto que viajar neste momento tornou-se difícil. A estratégia será, no entanto, mantida e pretendemos expandir até 2022 com inaugurações em cidades estratégicas como Lisboa. Além disso, continuamos a investir no e-commerce, que também cresceu muito. O nosso site europeu já faz envios para os Estados Unidos”, afirma Freeman.
De 15 a 23 de março, a Granado terá uma pop-up nas Galeries Lafayette Champs-Élysées, em Paris. No local será possível conhecer as suas coleções de perfumes e personalizar os frascos.
Para 2021, a empresa brasileira espera um crescimento de 15%. “No Brasil, planeamos abrir mais oito lojas próprias, incluindo uma flagship Granado em Ipanema e uma loja Phebo no bairro Jardins, em São Paulo. Na Europa, estamos fortemente comprometidos com o nosso crescimento na distribuição seletiva e esperamos inaugurar pelo menos mais um novo ponto de venda até o final do ano”, conclui Sissi Freeman.
*Devido à crise sanitária, a exposição transformou-se num evento digital.
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