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Helena OSORIO
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17 de dez. de 2020
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Grupo de luxo Kering visado desde 2019 por investigação de "branqueamento de fraude fiscal"

Por
AFP
Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
17 de dez. de 2020

O gigante de artigos de luxo Kering  proprietário das marcas Balenciaga e Yves Saint Laurent em França  foi alvo, desde fevereiro de 2019, de uma investigação por "branqueamento de fraude fiscal", que foi anunciada na quarta-feira (16 de dezembro) pela Procuradoria Nacional das Finanças (PNF), confirmando as informações da Mediapart.


A Kering contesta as alegações totalmente infundadas de branqueamento de impostos - AFP


Segundo os meios de comunicação online, esta investigação visa a parte francesa de um pacote fiscal que teria permitido ao grupo liderado por François-Henri Pinault declarar na Suíça atividades realizadas noutros países, principalmente em Itália. O grupo teria evitado "2,5 mil milhões de euros em impostos entre 2010 e 2017, incluindo pelo menos 180 milhões em França", informou a Mediapart.

"A Kering contesta com a máxima firmeza as alegações totalmente infundadas de branqueamento de impostos mencionadas no artigo da Mediapart", reagiu o grupo na quarta-feira (16) antes do PNF confirmar a investigação em curso, dizendo que "não tinha conhecimento" destas investigações.

"Se necessário, o grupo cooperará plenamente com as autoridades envolvidas no âmbito da possível investigação, com toda a transparência e serenidade", assegurou ainda a Kering.

Em Itália, o caso resultou numa reavaliação fiscal recorde de 1,25 mil milhões de euros para a Kering em 2019, na parte relativa à sua marca Gucci, na sequência de uma investigação do Ministério Público de Milão que teve início no final de 2017.

O Ministério Público de Milão descobriu que a Kering faturou à sua filial suíça Luxury Goods International (LGI), a sua plataforma logística localizada em Lugano (Suíça), por atividades efectivamente realizadas em Itália a fim de reduzir os seus impostos na península italiana.

A Mediapart, ao revelar o caso em março de 2018, escreveu que o grupo tinha "alargado" este "sistema concebido pelo grupo italiano a todas as suas marcas de luxo (excluindo a joalharia), e incluindo as francesas Balenciaga e Yves Saint Laurent".

"Graças a um acordo fiscal secreto com o cantão de Ticino, a Kering pagou apenas 8% de imposto sobre os lucros da LGI, em comparação com 33% em França", afirma o site de informação, o que coloca os impostos iludidos apenas pela marca Yves Saint Laurent em 180 milhões.
 

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