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Novello Dariella
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29 de jan. de 2018
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Grupo LVMH regista aumento nos lucros em 2017 impulsionado pela Louis Vuitton

Traduzido por
Novello Dariella
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29 de jan. de 2018

Na sequência da divulgação dos seus resultados anuais, a LVMH movimentou a bolsa, com as suas ações a subirem mais de 5%. Os bons resultados foram impulsionados, em particular, pelo setor da moda. "Para a divisão de Moda e Artigos e Couro, 2017 foi um ano magnífico, com vendas de 15,47 mil milhões de euros e um aumento de 21% (+ 13% em crescimento orgânico)", resumiu o diretor financeiro do grupo de luxo, Jean-Jacques Guiony. Embora a atividade do grupo tenha diminuído no 4º trimestre, o crescimento orgânico foi de 10%.


Bernard Arnault - FashionNetwork.com ph DM


Em julho de 2017, a Rimowa e a Christian Dior Couture passaram a fazer parte do universo da empresa, compensando a saída da Donna Karan em dezembro de 2016. Esse impacto no perímetro de consolidação "contribuiu de forma muito favorável, na ordem de 6-7%”, para o aumento de 27% no lucro operacional vigente da divisão, que ascendeu a 4,9 mil milhões de euros em 2017, com uma margem de 31,7% nas vendas na divisão de moda e artigos de couro.

Isso também permitiu compensar os efeitos monetários negativos relacionados com as taxas de câmbio com "um impacto que ainda pesou bastante na rentabilidade do grupo", ressaltou o diretor financeiro na ocasião da apresentação dos resultados anuais.

Para o CEO da LVMH, Bernard Arnault, estes resultados podem ser explicados não só por "um mercado global dinâmico com um ambiente favorável, que contribui para todas as marcas", mas também pela capacidade dessas marcas em levar para o mercado produtos criativos e inovadores". "No entanto, nem tudo foi fácil, especialmente no que se refere à produção e aos contratempos relacionados com o comercial”.

A principal marca do grupo, a Louis Vuitton, foi mais uma vez o motor da empresa. "A marca progrediu. Poderíamos aumentar significativamente as vendas vendendo mais, mas não, nós não queremos ir muito rápido. A nossa ambição é permanecer à frente como a mais desejada durante mais dez anos e além. Para isso, devemos manter-nos cautelosos e desconfiar de certas tendências. Procuramos o equilíbrio entre modernidade e atemporalidade, sem esquecer a extraordinária qualidade dos produtos Louis Vuitton", explicou o CEO do grupo.
 
A marca, que é "a única no mundo a não fazer promoções", continuou a ser desejada, evitando as promoções e os outlets. Reduziu as aberturas de lojas, o que resultou no aumento da rentabilidade das existentes. Como observou Bernard Arnault, "os produtos mais sofisticados são os que funcionam melhor para o crescimento da Louis Vuitton, como as joias finas, os artigos em couro exótico e o prêt-à-porter”.

“A Louis Vuitton controla totalmente a sua distribuição. É uma ótima estratégia para a imagem da marca e a rentabilidade. Obviamente, isso não pode ser feito com todas as marcas, mas gostaríamos de aplicar esta estratégia tanto quanto possível às nossas marcas mais fortes, como a Dior. A ideia é tirar gradualmente a marca das vendas por atacado para a aproximar do modelo de negócios da Louis Vuitton", explicou o empresário.


Kate Moss em Louis Vuitton no último desfile da marca - © PixelFormula


O executivo comemorou a integração da Christian Dior no grupo, o que permitirá "uma estratégia ainda mais unificada entre alta costura e cosméticos, e facilitará determinadas operações comerciais". Em 2017, a marca de luxo atingiu um volume de negócios de 2,23 mil milhões de euros e um lucro operacional de 353 milhões de euros.
 
O outro grande projeto de moda para 2018 abrange a Céline, uma marca para a qual a LVMH tem grandes ambições. Com o designer "superstar" Hedi Slimane na direção criativa, Bernard Arnault pretende fazer da Céline "uma das principais marcas do mundo". "Temos todos os ativos para alcançar em cinco anos de 2 a 3 mil milhões de euros em volume de negócios, o que representa o dobro ou o triplo do que a marca regista atualmente”, acrescentou Arnault.
 
A única nuvem negra no horizonte é o difícil relançamento da Marc Jacobs. “Foi feito um trabalho muito duro nas bases que está a começar a surtir efeito, como mostram os resultados nas nossas lojas próprias. Mas, a nossa rede de distribuição própria é muito limitada, e o que é complicado é convencer os compradores do canal por atacado. Apesar de vermos algum progresso, estamos longe do equilíbrio", admitiu Jean-Jacques Guiony, concluindo:"Não chegámos onde queríamos, mas o início da melhoria é promissor."

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