Gucci aumenta preços de bolsas para atrair ricos

A Gucci aumentou o preço das bolsas até 9%, juntando-se às rivais Chanel e Louis Vuitton, numa aposta que visa continuar a atrair os ricos, disse um relatório do Jefferies Group (banco de investimentos independente multinacional americano e empresa de serviços financeiros com sede em Nova Iorque), sexta-feira (19 de junho), enquanto as marcas de luxo de topo tentam livrar-se do impacto da pandemia de COVID-19.

A indústria da moda de luxo, que desempenha um papel importante nas economias de França e Itália, tem sido duramente atingida por bloqueios que forçaram o encerramento de lojas em todo o mundo e poderá enfrentar anos de incerteza, uma vez que é provável que os rendimentos de muitas pessoas venham a diminuir.

Flavio Cereda, analista de artigos de luxo do Jefferies, comparou os preços em vários países de duas bolsas Gucci - a Dionysus de 2.290 dólares (cerca de 2.050 euros) e a Zumi de 2.980 dólares (cerca de 2.700 euros) - em maio e junho e encontrou aumentos de preços entre 5% e 9% tanto em Itália como na Grã-Bretanha e na China.

Um porta-voz do proprietário da Gucci, Kering, recusou-se a comentar.

O analista Cereda afirmou num relatório que a alteração de preços iria reduzir a diferença entre os preços das bolsas na Europa, que são inferiores aos dos grandes mercados de luxo como a China, onde os compradores fazem fila nas lojas à medida que saem do encerramento.

Ainda assim, o preço em euros da Dionísio na China era 28% mais elevado do que em Itália, após o aumento. A diferença foi de 23% para a Zumi, dados encontrados por Cereda.

"Não nos surpreende que a Gucci, outra marca muito desejada, esteja a seguir o exemplo de aumentos oportunistas de preços, numa tentativa de mitigar a contração das receitas", disse Cereda.

A Chanel disse em maio que estava a aumentar os preços nas suas bolsas e em alguns pequenos artigos de couro, em todo o mundo, para reflectir os custos mais elevados das matérias-primas, devido à interrupção da cadeia de abastecimento na sequência da crise do coronavírus. COVID-19

Uma análise da Reuters sobre os preços em linha das bolsas da marca Louis Vuitton, da LVMH, revelou também aumentos na Europa e nos EUA.