Hermès, "ambiciosa" quanto ao futuro apesar de um contexto incerto

O grupo de luxo Hermès fechou 2016 com vendas recordes, passando pela primeira vez a barreira dos cinco mil milhões de euros confirmando que sua rentabilidade deve ser ligeiramente superior àquela de 2015.

O fabricante de artigos de couro da parisiense rue Faubourg Saint-Honoré entregou um volume anual de negócios de 5.200 milhões de euros, em especial graças ao sucesso da marroquinaria e a um crescimento em todas as regiões geográficas.
 
Essas vendas estão em linha com o consenso do fornecedor de serviços financeiros Factset, que contava com 5.190 milhões de euros de volume de negócios.

"Nós realizamos ainda uma vez um desempenho superior àquele do setor. Ultrapassamos pela primeira vez os cinco mil milhões e este avanço é sadio, pois trata-se basicamente de crescimento orgânico, ou seja, com poucos efeitos de preços e base", disse entusiasmado quarta-feira o presidente Axel Dumas durante uma conferência telefónica.
 
Por atividades, a marroquinaria e a selaria, pilar do grupo, continua bem e continua a crescer 14% no ano com 2.600 milhões de euros de vendas. "O conjunto dos nossos modelos (de bolsas) assistiu a um sucesso, registamos um crescimento superior ao nosso crescimento usual da marroquinaria", destacou o dirigente.
 
Por regiões, "as vendas avançaram em todas as regiões do mundo, particularmente em nossas lojas próprias. O Japão regista desempenhos excecionais, apesar do ganho de musculatura do iene em curso no ano, a Ásia dá continuidade ao seu belo avanço e a América também, apesar de um contexto contrastante", resumiu Axel Dumas.
 
Ele explica que "França resistiu bem, mesmo que globalmente ela siga impactada por fluxos turísticos mais fracos ligados aos efeitos pós-atentados". O grupo, que publicará a 22 de março seus resultados anuais, confirma que sua rentabilidade operacional para o ano transcorrido "deve ser ligeiramente superior àquela do ano de 2015".
 
No que diz respeito a 2017, a Hermès não fornece perspetivas numéricas, mas "confirma" um objetivo de avanço do volume de negócios "com taxas constantes ambiciosas". "Continuo um paranóico otimista, estou bem otimista graças aos fundamentos da Hermès que são bons". Em um período de incertezas, é difícil também não prestar atenção e não ser prudente face a este ambiente, mas eu acho que conseguiremos nos sair melhor que o setor", acrescentou Axel Dumas.