Em 2021, o grupo de luxo Hermès superou largamente os seus resultados financeiros anteriores à pandemia de Covid-19, alcançando um resultado líquido de 2,445 mil milhões de euros e vendas de 9 mil milhões de euros.

"A médio prazo, apesar das incertezas económicas, geopolíticas e monetárias em todo o mundo", o grupo "confirma um objetivo ambicioso de aumentar o volume de negócios a taxas constantes", segundo o comunicado divulgado na sexta-feira.
 
“Ao fim de 185 anos, a Hermès está a viver o seu melhor ano, 2021 é um ano excecional”, declarou o diretor-geral Axel Dumas durante uma teleconferência com jornalistas.

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O volume de negócios de 8,982 mil milhões de euros aumentou 30% em relação a 2019. Analistas consultados pela Factset e Bloomberg acreditavam que as vendas fossem ligeiramente inferiores, situando-se, respetivamente, em 8,703 e 8,999 mil milhões de euros.
 
O lucro líquido foi de 2,445 mil milhões de euros, quase mais mil milhões do que em 2019. A margem operacional atingiu um recorde de 39,3%. Em 2019, esta foi de 34% e em 2020 foi de 31%. A tesouraria disponível atinge "um nível histórico" de 2,661 mil milhões de euros, ou 2,7 vezes o de 2020.

"Todos os negócios efetivamente funcionaram", sublinhou Axel Dumas. Geograficamente, a Ásia e a América registaram o maior crescimento, "tanto em comparação com 2020 quanto com 2019", de acordo com o comunicado.
 
A Ásia, excluindo o Japão, impulsionada pela China, Austrália e Singapura, alcançou um aumento de 65% nas vendas em dois anos, e a América cresceu 24%. A Europa, excluindo França, ganhou 10% em dois anos e registou "um bom segundo trimestre". Por fim, França continua em queda de 3% em dois anos, mas "confirma a sua recuperação".
 
As vendas nas lojas do grupo aumentaram 41% a taxas de câmbio constantes ao longo de dois anos.
 
Será proposto aos acionistas um dividendo de 8 euros por ação. Em 2020 foram 4,55 euros e em 2019 5 euros.