Guia JeansWear
13 de jan. de 2016
Homenagem: David Bowie 'on denim'
Guia JeansWear
13 de jan. de 2016
Do cabelo ao ritmo, da maquilhagem ao conteúdo da letra, do 'self-marketing' para a atitude concreta. David Bowie foi uma celebridade como poucas, cuja classificação supera o patamar da influência, transcendendo o valor da mais genuína inspiração.
"We can be heroes, just for one day" (Podemos ser heróis, apenas por um único dia, em tradução livre). Todavia, de acordo com o seu legado, podemos vestir moda e colocar um grito de autenticidade junto com o visual da época em que vivemos.
Para a moda, essa foi a maior herança deixada pelo astro: para além do cabelo laranja, do visual new wave, dos volumes inusitados, maiôs assimétricos, listados hipnóticos e motivos psicodélicos.
Bowie antecipou o senso de exclusividade, ao demonstrar que é possível vestir o espírito de um determinado tempo, ao mesmo tempo em que se discorda deste. Dessa forma, resultou a sobreposição do direito à diferenciação pela liberdade de expressão, à predominância de uma aparência comum.
Para homenagear o incomparável acervo de referências deixado por Bowie, garimpamos lindas fotos de diversas fases da sua carreira, cuja fundamentação do 'look' foi baseada no denim como informação principal.
Felizmente o jeans fez parte da rica e elegante indumentária do camaleão. É possível encontrar todas as transformações e estilos do segmento através das décadas, magistralmente vestidos no ícone.
Muito antes da proposta 'double denim' chegar às passarelles, no embalo de Ziggy Stardust, o astro presenteou a história da moda com belos registos do 'look' calça flare com camisa denim.
Nesta mesma fase marcada pela androginia, Bowie garantiu ao acervo de inspirações do menswear a possibilidade da migração de alguns elementos femininos para as coleções masculinas: recurso este que se tem popularizado nas passarelles há diversas temporadas.
O visual 'worker', transformando pela pegada 'punk' das botas amarradas, jeans com barras enroladas e postura de contravenção, consta também no painel de imagens emblemáticas deixadas pelo artista.
Bowie vestiu conjuntos formados por tuxedos em cores singulares: hoje vemos tais interpretações nas passarelles colocadas como uma cartada comercial, até mesmo nas versões de tingimentos e alquimias coloridas das marcas de jeans. Porém, com o astro, foi um grande salto de libertação no estilo pessoal.
Quando chegou à maturidade, Bowie elevou ainda mais as produções: o astro diversas vezes foi flagrado em Nova Iorque de jeans: tanto na vida quotidiana com em seus concertos.
Nesta fase, o modelo skinny e o tom preto e grafite predominaram no visual refinado das suas produções, seja nas ruas de Nova Iorque, nas associações com boinas, colarinhos e sapatos, seja nas performances de palco, marcadas por elegantes portes superiores formados por camadas de coletes em alfaiataria, gravatas de fraque, camurça, couro e camisas com acabamento moderno.
Em seu penúltimo álbum, o hit 'Valentine's Day' esclarece como um simples jeans e camisa branca de colarinho podem alcançar uma atitude perversa e atitude 'rocker'.
Em entrevistas, o astro britânico muitas vezes declarou que iria continuar a compor e cantar até o fim. E de fato, foi o que fez, pois felizmente deixou de consolo aos fãs um disco gravado, lançado uma semana antes da sua morte: Blackstar.
E, da mesma forma, mostrou que é possível vestir jeans com irreverência em todas as décadas e gerações, igualmente, até o fim, preservando o estilo pessoal até o mais derradeiro suspiro.
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