Helena OSORIO
17 de fev. de 2022
Hugo Boss irá transferir produção de calçado para Portugal?
Helena OSORIO
17 de fev. de 2022
O grupo alemão Hugo Boss anunciou a possibilidade de transferir a sua produção de calçado para Portugal, uma vez que encerrou a fábrica em Scandicci (Itália), passando os acessórios de couro a serem produzidos na Ásia. Mas já há muito que a Hugo Boss (entre outras marcas de luxo como a Guess, Lanvin, Louis Vuitton ou Versace) tem vindo a apostar na qualidade e know-how da indústria portuguesa de calçado, procurando empresas portuguesas do setor para o fabrico das suas coleções, como confirmou o Diário Económico já em 2013. A empresa poderá então dar agora mais trabalho à empresas portuguesas.
Segundo um comunicado da APICCAPS, embora o grupo conte com outra fábrica em Itália, na região de Morrovalle – e opere unidades de produção em Izmir (Turquia), Radom (Polónia) e Metzingen (Alemanha) – a sua aposta na produção de calçado em Portugal passa em muito pela diminuição do preço de custo associado à indústria.
Um relatório publicado pela WWD, na segunda-feira (14 de fevereiro), disse que a Hugo Boss planeia encerrar o seu local de desenvolvimento Scandicci nos arredores de Florença e que iniciou procedimentos para pôr termo ao emprego de 21 empregados. No entanto, a Hugo Boss explicou que está atualmente a trabalhar num plano de atenuação para todos os afetados e que a reorganização está a ter lugar para fazer face à evolução da procura dos clientes e das exigências do mercado.
"A Hugo Boss ajustou recentemente a sua estratégia global em 2021, passando da produção à comercialização e vendas. Neste contexto, e após uma profunda análise interna, a empresa decidiu reorganizar os processos e fluxos de trabalho no seu negócio de calçado e acessórios. Isto, por sua vez, resultou na decisão de encerrar o local de desenvolvimento Scandicci", justificou.
A empresa está assim a passar por um profundo processo de reestruturação, que foi anunciado em agosto de 2021, objetivando atingir a fasquia dos quatro mil milhões de euros de volume de negócios em 2025, para se tornar “uma das 100 marcas líderes no mercado internacional”, como declarou então o CEO do grupo, Daniel Drieder.
Entretanto, o grupo alemão encerrou o ano fiscal de 2021 com um aumento de 43% nas vendas, para os 2.786 milhões de euros – mas ainda assim 3,39% abaixo do que havia registado em 2019, pode ler-se ainda no comunicado da APICCAPS, o qual reforça que "o EBITAD para o ano de 2021 foi de 228 milhões de euros, que compara com os valores negativos de 236 milhões de euros registados em 2020".
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