IC Group: após ano difícil, proprietário da By Malene Birger e da Tiger e transformar-se-á numa holding
O IC Group, proprietário da By Malene Birger e Tiger of Sweden, confirmou que o seu último exercício foi verdadeiramente difícil. De facto, o seu relatório financeiro de 2017/18, divulgado na terça-feira, continha uma série de números dececionantes.

No entanto, as suas duas marcas principais deverão ter um exercício 2018/19 ligeiramente mais brando, apesar da profunda reviravolta da empresa.
Mas, sobre isso falaremos mais tarde. Primeiro, vejamos como o grupo se comportou no último exercício fiscal. Após a venda da sua marca mais importante e mais rentável (Peak Performance), o volume de negócios das operações contínuas do grupo caiu 9,2% em moeda local, para 1,535 mil milhões de coroas dinamarquesas (205,85 milhões de euros). E se a margem bruta aumentou ligeiramente, é porque o ano anterior foi afetado por custos pontuais mais elevados do que o habitual.
Este ano, o lucro operacional antes de juros e impostos aumentou de 24 milhões para 57 milhões de coroas dinamarquesas (de 3,22 para 7,64 milhões de euros) e o lucro após impostos aumentou de 16 para 36 milhões de coroas dinamarquesas (de 2,15 para 4,83 milhões de euros). Para a totalidade do grupo, e incluindo a Peak Performance, o volume de negócios baixou 3,9% em moeda local, para 2,602 mil milhões de coroas dinamarquesas (348,93 milhões de euros) e o lucro operacional passou de 125 milhões para 184 milhões de coroas dinamarquesas (de 16,76 para 24,68 milhões de euros).
Muito tem sido escrito sobre o fraco desempenho das marcas do grupo nos três primeiros trimestres; como se terão comportado mais recentemente? Ao longo de um quarto trimestre que viu o volume de negócios global do grupo cair 10,8%, as vendas da Tiger of Sweden caíram 6% (ou 3% em moeda local) para 188 milhões de coroas dinamarquesas (25,21 milhões de euros), apesar do aumento das suas vendas por grosso. O declínio no volume de negócios está relacionado com o seu próprio circuito de distribuição, particularmente com as lojas físicas, já que o volume de negócios comparável das lojas caiu 12,9% e todas as áreas geográficas foram afetadas. A marca registou uma perda operacional de 15 milhões de coroas dinamarquesas (cerca de 2 milhões de euros), menos grave do que a perda de 27 milhões de coroas dinamarquesas (cerca de 3,6 milhões de euros) no quarto trimestre do exercício anterior.
O volume de negócios da By Malene Birger caiu 8,5% (7,3% em moeda local) para 75 milhões de coroas dinamarquesas (10 milhões de euros). A venda por atacado e a venda a retalho passaram por dificuldades e as vendas em loja comparáveis caíram 11,4%. Mais uma vez, este declínio afetou todas as regiões. No entanto, a marca conseguiu gerar um lucro operacional de 1 milhão de coroas dinamarquesas durante o exercício, após uma perda de 7 milhões de coroas (0,94 milhões de euros) no ano anterior. O seu desempenho foi afetado pelas quedas registadas na venda a retalho no Reino Unido e em França.

O volume de negócios da marca Saint Tropez caiu 27,3%, para 56 milhões de coroas dinamarquesas (7,51 milhões de euros) e as vendas comparáveis baixaram 19,2%. E foi a região nórdica a que apresentou o maior número de problemas - outras regiões geográficas, por outro lado, tiveram bons desempenhos. Mas, a marca registou uma perda operacional de 4 milhões de coroas dinamarquesas, um valor comparável ao do exercício anterior.
O volume de negócios da Designers Remix caiu 37,5% para 10 milhões de coroas dinamarquesas (1,34 milhões de euros), com as vendas comparáveis a caírem mais de 20%. O prejuízo operacional, que afeta todos os seus mercados, foi de 3 milhões de coroas dinamarquesas, acima da perda de 1 milhão registada no exercício anterior.
A MUDANÇA É AGORA
Esperará a empresa uma recuperação no ano em curso? De certa forma, sim, mas primeiro é preciso explicar o que está a acontecer no grupo.
Para 2018/19, após a remoção da altamente rentável Peak Performance da equação, o conselho de administração decidiu mudar o modelo de negócio. A partir de agora, o IC Group estabeleceu como objetivo ser uma holding cotada em bolsa, detendo participações no capital das suas marcas remanescentes, tendo sempre em mente "quando é do melhor interesse dos acionistas afastar-se" das suas marcas.
Tudo isto significa que as marcas, independentes, serão doravante autónomas e responsáveis pelo seu destino. A transformação deverá terminar ao longo do ano fiscal de 2019/20, o que significa custos importantes, mas também economias para o exercício fiscal seguinte.
Para 2018/19, o volume de negócios do grupo deverá permanecer estável em moeda local, e a sua margem antes de juros e impostos deverá ser entre zero e 1%, antes de despesas não recorrentes.
Espera-se que as receitas da Tiger of Sweden aumentem, impulsionadas pela venda por atacado internacional e pelo comércio eletrónico. Na By Malene Birger, as vendas também deverão aumentar, impulsionadas pelas pré-encomendas e pelo comércio eletrónico. Mas, o volume de negócios da Saint Tropez e da Designers Remix deverá continuar a diminuir.
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