Portugal Textil
20 de mar. de 2019
Inarbel em renovação
Portugal Textil
20 de mar. de 2019
A pensar em novos e mais altos voos, a Inarbel está em processo de renovação. Aos 35 anos, a empresa produtora de vestuário, que detém as marcas de moda infantil Dr. Kid e A&J, está a preparar um projeto de inovação e a reorganizar-se internamente para melhorar o serviço e introduzir novos produtos no mercado.

A reorganização da empresa, que emprega 235 pessoas, abrange os recursos humanos, os mercados, os layouts e a formação, revela José Armindo Ferraz, CEO da Inarbel. «Quero ir para um patamar diferente do que o que estou agora, com melhor qualidade de serviço e com novos produtos também», explica ao Portugal Têxtil.
Simultaneamente, a Inarbel está a preparar um projeto de inovação, «um investimento relativamente pequeno, mas significativo», anuncia o CEO, embora para já prefira manter os pormenores «no segredo dos deuses». Certo é que deverá arrancar no próximo ano.
Private label terá reforço
Sem razões de queixa em relação ao ano passado, José Armindo Ferraz assume que a agitação dos mercados externos – e a Inarbel exporta 90% da produção – trouxe alguma incerteza a 2018, mas «fechámos o ano da mesma forma que o anterior», indica, dando conta de um volume de negócios de 8,5 milhões de euros.
O private label, contudo, baixou o volume de negócios, «tendo em conta o mercado e as dúvidas que existem na Europa», revela o CEO. «O mercado espanhol está muito incerto, temos a Inglaterra com o Brexit, temos a França que está como está com os coletes amarelos, temos a Alemanha que não está como deveria estar e temos o mercado italiano que também está com um impasse político. Não podemos andar a esconder isso», aponta. A isso junta-se uma crise no consumo. «As pessoas estão hoje a consumidor menos e as grandes cadeias também estão a comprar menos», acrescenta. «Houve clientes que deixaram de comprar e um ou outro resolveu ir produzir para a China – quando os outros estão a fazer o inverso, a sair da China para produzir na Europa», admite, mas «penso que num ano ou dois estará tudo recuperado e normalizado».
O private label, de resto, é uma aposta que será reforçada entretanto. «Fizemos feiras para o private label há três ou quatro anos e deixamos de as fazer. Mas estamos a pensar nisso. Aliás, estou a pensar em fazer uma feira ou outra para apalpar o mercado, talvez no segundo semestre deste ano ou no primeiro semestre do ano que vem», desvenda José Armindo Ferraz. «Queremos crescer com o mercado do private label», assegura.
Marcas em ascensão
Já as marcas – que neste momento representam mais em termos de volume de negócio do que o private label – têm registado uma tendência de crescimento, quer no mercado nacional, quer lá fora. «O mercado português é um mercado bom para nós, onde temos vindo a crescer bastante. Apesar de ser pequeno, é superinteressante – as pessoas são fiéis ao nosso produto, gostam da nossa qualidade e do preço e, por isso, é um mercado para seguir», destaca o CEO.
No plano internacional, a Dr. Kid exporta para 25 países e já em 2019 deu mais um passo no importante mercado italiano, com a abertura de três corners nos grandes armazéns Coin, em Bergamo, Florença e Piacenza. «Fomos convidados para abrir 10 espaços, mas achei que, nesta fase, era importante iniciar com apenas três, para saber que feedback podíamos ter», conta José Armindo Ferraz. «Caso as coisas funcionem bem, como espero, poderemos abrir mais», indica o CEO. «Temos vindo a crescer gradualmente em Itália e espero que nos próximos quatro ou cinco anos tenhamos um crescimento ainda maior – não digo o dobro, mas muito perto», adianta.
Com projetos e a expansão internacional em curso, tanto para o private label como para as marcas próprias, José Armindo Ferraz confessa-se otimista. «Estamos a viver num balão de oxigénio falso, com todos os mercados da UE a rebentar ou, pelo menos, a estremecer e temos de estar preparados para tudo. Agora, nada que me meta medo, pelo contrário, estou extremamente otimista», conclui o CEO da Inarbel.
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