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Helena OSORIO
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14 de abr. de 2020
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Indústria colombiana do calçado à beira do abismo

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Helena OSORIO
Publicado em
14 de abr. de 2020

A cidade de Bucaramanga, no norte da Colômbia, é considerada o epicentro do calçado no país, com mais de 1.800 empresas e oficinas que empregam cerca de 60.000 pessoas por mês. Os empresários de Bucaramanga advertem que, se não puderem reabrir, as suas empresas serão em breve encerradas, devido à quarentena obrigatória, e definitivamente. 


Perigo na indústria do calçado colombiana - Colombia.com


"Precisamos de uma abertura de toda a cadeia, desde os fornecedores de peles aos vendedores de acessórios e às nossas oficinas, porque está tudo fechado, as pessoas estão desempregadas e estamos à beira da falência", denunciou publicamente, à comunicação social, um porta-voz dos empresários do sector do calçado. 

Segundo informações reveladas, segunda-feira (13 de abril) pela divisão regional da Federação Nacional dos Comerciantes (Fenalco), a cidade que produz mais de 30.000 pares de sapatos por mês, registou uma contração de 90,5% na sua atividade comercial, desde 19 de março, chegando a zero, ou seja, uma redução de 100%. 

O governo local da cidade adiou a data de pagamento dos impostos, enquanto o governo nacional afirma que existem linhas de crédito especiais para a compra de material e pagamento de salários que podem ser acordados com o Bancoldex ou com os bancos tradicionais.


Opinion


Aproveitamos para acrescentar que, em Portugal, acontece algo semelhante, também por volta de meados de março. No entanto, mal o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decreta o estado de emergência, a indústria do calçado reage bem às medidas de apoio.

Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), em declarações à agência Lusa diz ver "com bons olhos" as medidas delineadas apesar de que, "não está a acontecer um fecho massivo de empresas no sector", e é necessário criar "condições para que, passando este período crítico, as empresas estejam saudáveis e consigam manter os seus postos de trabalho, para aproveitarem as oportunidades que seguramente surgirão".

A APICCAPS lançou, assim, "um serviço de informação diária aos nossos associados - a newsletter "The shoes must go on" -, no âmbito do qual todos os dias as empresas recebem informações sobre o que se passa no país e no mundo, porque o sector exporta praticamente toda a produção e precisa de saber, a todo o momento, o que se passa com os seus parceiros internacionais".

O governo português anunciou um conjunto de linhas de crédito, para apoio à tesouraria das empresas, no montante total de 3.000 milhões de euros, destinado aos sectores mais atingidos pela pandemia, com um período de carência até ao final do ano e que pode ser amortizado em quatro anos.

À indústria do calçado, entre outras, cabe uma linha de 1.300 milhões, sendo 400 milhões de euros destinados a micro e pequenas empresas.
 

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