
Helena OSORIO
23 de dez. de 2021
Indústria portuguesa do calçado esforça-se por cativar mão-de-obra face à escassez de trabalhadores

Helena OSORIO
23 de dez. de 2021
A indústria do calçado tem feito inúmeros esforços para cativar mão-de-obra, face à escassez de trabalhadores que se sente atualmente. Numa visita recente a duas empresas de Felgueiras, Rui Rio alertou para essa mesma falta de mão-de-obra, considerando-a "uma das maiores dificuldades do setor do calçado".

Apesar de o presidente do PSD considerar que se faz muita formação profissional nesta área, "mas não a adequada às necessidades da economia”, acrescentou à Lusa pela mesma ocasião.
Neste âmbito, empresas como a Vapesol – especialista na produção de solas para calçado, que acabou de anunciar que aumentou o salário mínimo dos seus colaboradores para 750 euros – ou como o grupo Procalçado, que premiou todos os 400 colaboradores com o Prémio Corporativo Extraordinário no valor de 500€, estão a implementar estratégias de incentivo, proporcionando melhores condições laborais, para adquirirem também vantagens no mercado.
“A sustentabilidade começa dentro de portas, nomeadamente com os nossos trabalhadores”, disse Décio Pereira, administrador da Vapesol, que aposta nas pessoas como sendo “um grande ativo e devem ser valorizadas e, por isso, decidiu subir o salário mínimo”. Além disso, para as festas de Natal, a Vapesol ofereceu um extra de 250 euros a cada um dos 140 colaboradores e investiu cerca de 20 mil euros para garantir um seguro de saúde a todos os funcionários.

Já o grupo Procalçado, responsável pelas marcas Forever, WOCK e Lemon Jelly – para além do prémio corporativo de reconhecimento ao esforço e compromisso demonstrados ao longo do ano pelos seus trabalhadores – não esqueceu o tradicional cabaz de Natal e o seguro de saúde.
Mas também, ao longo do ano, as empresas do grupo oferecem um bolo de aniversário a cada colaborador; um "desconto na aquisição de produtos das próprias marcas, um prémio de recrutamento que premeia a referenciação bem-sucedida de novos elementos para a equipa, e um conjunto de protocolos com condições exclusivas com parceiros da comunidade envolvente", disse num comunicado da APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos.

"A aposta na formação e no desenvolvimento das equipas e a promoção de diferentes iniciativas, como sejam concursos criativos, são, ainda, outras formas que o grupo tem encontrado de estimular as suas pessoas".
Segundo o jornal digital Dinheiro Vivo, com base nos números oficiais de setembro passado, o setor do calçado perdeu com a pandemia 28 fábricas e cerca de mil empregos, encerrando 2020 com 1262 empresas e 33 795 trabalhadores. Um número que se agravará com o novo confinamento no início do ano.
Inclusive Luís Onofre – presidente da APICCAPS – já pediu ao governo a criação de apoios à deslocalização, que fomentem a transferência de famílias para distritos onde haja falta de mão-de-obra, e a integração de refugiados. Enquanto isso, as empresas esforçam-se por promover novos incentivos.
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