
Helena OSORIO
10 de mai. de 2022
Inquérito internacional do 'World Footwear' vê aumento no preço do calçado em 8,4%

Helena OSORIO
10 de mai. de 2022
O inquérito internacional do 'World Footwear' – projeto da APICCAPS que avalia as grandes tendências mundiais do setor do calçado – mostra que a inflação e o aumento do custo das matérias-primas levará a um acréscimo de 5% a 20% nos preços de venda ao público, anunciou na segunda-feira (9 de maio) o jornal digital Dinheiro Vivo.

Das 108 respostas recolhidas no inquéritos, 48% vieram de especialistas de países europeus; 22% da Ásia; 14% e 9% da América do Norte e do Sul, respetivamente; e 7% de África, sendo que metade dos inquiridos está ligada à indústria (32%) e ao comércio e distribuição de calçado (18%). A restante metade corresponde a associações, consultores e outros especialistas.
A maioria acredita também que, nos próximos seis meses, a quantidade de calçado vendido vai crescer moderadamente com os preços, que deverão aumentar em força.
O aumento do custo das matérias-primas e das mercadorias é apontado como a "principal dificuldade" por 84% do setor. Segue-se a mão-de-obra com 40% e as dificuldades financeiras com 28%. A falta de encomendas e as questões de competitividade parecem ter desaparecido, com 51% dos especialistas a estimar que o nível de emprego no setor cresça nos próximos seis meses, e apenas 6% a prever uma quebra.
Em termos de consumo, as estimativas apontam para um crescimento de 5,9% a nível global, contando com a variação de dados entre continentes: 2,5% de aumento na América do Norte, 5,2% na Europa, 6,8% em África, 7% na América do Sul e 8,9% na Ásia, acrescenta o inquérito, adiantando que o setor espera que o e-commerce eleve a venda de calçado nos próximos três anos.
Já sobre o impacto da guerra por invasão ilegal da Rússia na Ucrânia, 67% dos especialistas acreditam que este seja negativo no negócio e 13% "muito negativo".
Segundo o diretor de comunicação da APICCAPS, Paulo Gonçalves: "O aumento muito significativo das matérias-primas, de forma direta ou indireta por via da guerra na Ucrânia, influenciará sempre os resultados globais das empresas. Mas não deixa de ser uma boa notícia que se antevê já crescimento do consumo mundial de calçado na ordem dos 6%, o que já é um aumento muito interessante. Mas não podemos esquecer que este é um ano atípico. Começamos com dados muito positivos do comércio internacional, mas o grau de incerteza nesta altura é muito elevado", disse.
Em conformidade com estas expectativas, Portugal exportou calçado no valor de 316,6 milhões de euros, nos primeiros dois meses do ano, o que equivale a um aumento de 22,7%. Uma mensagem de esperança, como adiantou também Paulo Gonçalves com base nos dados deste sexto inquérito do World Footwear.
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