Helena OSORIO
14 de dez. de 2021
J-UNK aproveita mangueiras danificadas em incêndios para fabricar calçado e é única no mundo
Helena OSORIO
14 de dez. de 2021
A J-UNK sedeada em Esmoriz reutiliza mangueiras de incêndio danificadas, que normalmente os bombeiros deitam ao lixo, adaptando-as ao calçado cuja produção arrancou este mês, estando prevista a entrega dos primeiros exemplares em janeiro de 2022. Assim, cada par de sapatos ou botas da J-UNK apresenta uma correia feita de mangueiras de incêndio com um aspeto estético e funcional, como também solas.
"Todos os modelos têm em comum a utilização de mangueiras de bombeiros danificadas recicladas", pode ler-se na plataforma Indiegogo onde se comercializam as peças da marca. "Conseguimos incorporar também 15% de mangueiras de incêndio recicladas em cada par de solas. Utilizamos apenas couro que é um espinafre natural da indústria alimentar e todo o couro que utilizamos é curtido à base de vegetais. Este método utiliza extratos vegetais, o que requer muita perícia e é mais ecológico, porque não utiliza nenhum metal pesado", com a garantia de ser um subproduto natural da indústria alimentar.
Os forros de bio couro são biodegradáveis em 15 dias e oferecem ainda vantagens ao nível da saúde, acrescentou um comunicado da APICAPPS - Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos.
Além do mais, o calçado da J-UNK explora uma vertente social, sendo que por cada par de sapatos vendido a marca oferece uma parte do valor em mangueiras para ajudar a combater os fogos. Cada compra contribui assim para uma doação a favor de associações humanitárias de bombeiros voluntários.
De salientar ainda a mensagem do slogan "Buy less, but better” (Compre menos, mas melhor), que alerta para a compra de produtos de qualidade com elevada durabilidade para se evitarem compras com frequência e com vista a preservar o ambiente.
Segundo o comunicado da APICAPPS, tudo começou em 2019 quando Jacinto Oliveira, procurando alternativas à marca extinta de calçado que comprava habitualmente, descobriu uma oportunidade de negócio. Em conjunto com a Shoelutions e seguindo o rasto de uma identidade forte e emotiva, criou a J-UNK em 2020 que incorpora os conceitos de Slow Fashion.
O nome da marca nasceu da união do estilo punk com o hipster, relevando "um lado mais cuidado, estético e perfeito que caracteriza o hipster" e "um lado mais irreverente, ligado à música e repleto de sex appeal que caracteriza o punk", lê-se também no comunicado.
“A preocupação ambiental, intrínseca em todo o projeto, começa na reutilização das mangueiras danificadas no combate aos incêndios, um produto que de outra forma acabaria no lixo e que é agora reutilizado. Incorporadas no estético e funcional puxador presente em todos os modelos ou trituradas nas solas dos modelos mais desportivos estas mangueiras ganham um novo ciclo de vida”, disse a marca.
Todos os modelos são fabricados artesanalmente em Portugal, recorrendo a fornecedores locais e a pequenas fábricas familiares com valores de integridade, transparência e fabrico responsável.
A J-UNK aposta numa gama de modelos sem género, onde todos e cada qual e todas as cores são para serem usados por todas as pessoas.
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