Japonesa Shiseido permanece cautelosa acerca das suas perspetivas

O grupo japonês de cosméticos Shiseido manteve esta quinta-feira a sua previsão cautelosa relativamente aos seus resultados para o seu exercício 2022, julgando "difícil quantificar com precisão" o impacto da pandemia e das tensões geopolíticas na sua atividade.

Observando em comunicado as "incertezas atuais do mercado decorrentes da pandemia, das crescentes tensões geopolíticas, das flutuações nas taxas de câmbio e no preço das matérias-primas", o grupo disse estar a analisar diversos cenários e adiou o anúncio de novas previsões.
 
As previsões formuladas em fevereiro permaneceram, portanto, praticamente inalteradas, apenas marginalmente ajustadas com a adoção das normas contabilísticas IFRS para as suas projeções.

A Shiseido espera para 2022 um lucro líquido de 44 mil milhões de ienes (326,7 milhões de euros), o que representaria uma ligeira queda de 6,2% no espaço de um ano.
 
Excluindo itens excecionais (custos de reestruturação, depreciações, etc.), a empresa prevê lucro operacional de 62 mil milhões de ienes, o que representaria um salto de 45,7% num ano e vendas de 1,075 biliões de ienes (-6,4%), ou 8 mil milhões euros ao preço atual.
 
O seu primeiro trimestre foi marcado por vendas dececionantes nos seus dois principais mercados: no Japão, onde as medidas de restrição contra a variante Ómicron, em vigor até meados de março, limitaram os gastos das famílias, e na China, onde a política "zero Covid" travou o consumo.

No entanto, a Shiseido registou uma recuperação das suas vendas na Europa e nos Estados Unidos, bem como na sua atividade de travel retail (lojas duty-free, principalmente nos aeroportos).
 
A empresa registou um lucro líquido trimestral de 4,4 mil milhões de ienes (32,7 milhões de euros) em comparação com um prejuízo líquido de 11,1 mi milhões de ienes no ano anterior. No entanto, isso deve-se principalmente ao fim dos acordos de licenciamento de fragrâncias da Shiseido com o grupo de moda italiano Dolce & Gabbana.
 
O seu lucro operacional também se estabeleceu em 4,4 mil milhões de ienes e as suas vendas quase estagnaram em 234 mil milhões de ienes (1,7 mil milhões de euros ao preço atual, -1,3% num ano).