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Novello Dariella
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27 de jun. de 2019
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Joias da Bulgari ilustram evolução da sociedade italiana em exposição

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EFE
Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
27 de jun. de 2019

O desenvolvimento de uma empresa familiar transformada num dos ícones do "Made in Italy" e a evolução da sociedade italiana refletem-se na retrospectiva "Bulgari, a história, o sonho", uma exposição histórica da marca de joias que foi inaugurada na terça-feira em Roma.


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A exposição, que está a ser exibida em dois locais históricos da capital italiana, o Castel Sant'Angelo e o Palazzo Venezia, estende-e até 3 de novembro e apresenta 170 joias, mas também documentos de arquivo que ilustram a história contemporânea na qual está inserida a história da empresa, bem como peças de alta costura pertencentes a uma coleção privada. 

"A história da Bulgari ajuda a interpretar alguns aspetos da nossa contemporaneidade, porque a história de uma empresa é importante para explicar a história da sociedade. Os consumidores vão mudando", diz a curadora da exposição, Chiara Ottaviano.

A mostra abrange desde a chegada do fundador da empresa a Roma, o grego Sotirio Voulgaris, aos 23 anos, em 1884, até ao início dos anos 90, passando por épocas como a glamourosa "Dolce Vita” romana.

O jovem Sotirio Voulgaris, proveniente de uma família de artesãos especializados em metais preciosos que emigraram num ano turbulento para os Balcãs, abriu a sua primeira loja na Via Sistina, em Roma, e mais tarde na Via Condotti, antes de se expandir para Saint Moritz, San Remo, Monte Carlo, Genebra, Paris, "estações onde era possível chegar de Wagons Lits", a grande empresa ferroviária, para atingir uma clientela abastada, explica Chiara Ottaviano.

O sucesso entre estes clientes ricos e celebridades fez com a marca se consolidasse, e a mostra traz algumas das joias que pertenceram a estrelas da época da “La Dolce Vita", como Elizabeth Taylor, Gina Lollobrigida, Ingrid Bergman, Anna Magnani e Audrey Hepburn. Algumas aparecem em filmes da época ou fotografias que acompanham as montras com as joias suntuosas e coloridas da empresa.

Cerca de 80 roupas de alta costura de grandes criadores da moda italiana e pertencentes a uma coleção particular são exibidas em manequins intercalados entre as instalações e arcos que abrigam a exposição. “Tivemos muito cuidado com a seleção de joias, que são relativamente poucas, mas não queríamos fazer uma exposição sobre joias, mas sobre a empresa, a sua história e evolução, e, portanto, estas representam diferentes épocas", diz Lucia Boscaini, curadora da coleção Heritage, cujas joias estão a ser exibidas pela primeira vez.

De acordo com Lucia Boscaini, dividir a mostra atinge dois objetivos: no Palazzo Venezia é apresentada "uma narrativa cronológica, desde as origens da família", enquanto no Castel Sant’Angelo “há maior ênfase no made in Italy", em como uma pequena empresa familiar se conseguiu estabelecer como uma empresa global.

Joias de ouro com moedas antigas, como uma forma de reviver antigas tradições, ou a coleção característica de joias com a serpente Bulgari são algumas das criações em exibição. A evolução da moda e costumes da sociedade também se refletem noutras criações dos anos 80 e 90, mais fáceis de serem usadas a qualquer hora do dia, em consonância com a entrada das mulheres no mundo do trabalho e um estilo de vida muito mais agitado.

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