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11 de mar. de 2015
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Karl Largerfeld homenageia uma França de sonhos em sua coleção para Chanel

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AFP-Relaxnews
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11 de mar. de 2015

Paris (AFP) – Karl Lagerfeld apresentou na passada terça-feira (10) sua coleção outono-inverno 2015-2016 para Chanel em uma brasserie típica de Paris, homenageando a França em um momento em que muitos criticam o país.

A britânica Cara Delevingne na passarelle da Chanel - outono-inverno 2015 - Womenswear - Paris - © PixelFormula


Em um cenário de paredes decoradas com painéis de madeira, ou 'boiserie', e poltronas vermelhas recriando um clima parisiense da Belle Époque, Karl Lagerfeld diz ter decidido ambientar seu desfile para Chanel em uma Paris "ideal" em resposta ao clima de "french bashing" (denegrindo os franceses).

O estilista alemão é um fã dos cenários espetaculares: depois de recriar um supermercado e uma rua de Paris para seus desfiles anteriores, desta vez trouxe a "Brasserie Gabrielle", em referência ao nome verdadeiro de Coco Chanel, e a instalou sob as gigantescas claraboias do Grand Palais.

As manequins perambulavam entre as mesas. Apareceram muitos tweed, plumas, pérolas e estampas pé-de-galinha no armário Chanel, onde se confundem inspirações retro de épocas diferentes.

Os sapatos bicolores com saltos baixos e com delicadas tiras no calcanhar completam o novo estilo Chanel, assim como a maquilhagem exagerada e as fitas pretas nos cabelos no estilo Brigitte Bardot.

Chanel - outono-inverno 2015 - Womenswear - Paris - © PixelFormula


Alternativa possível: sobrancelhas marcadas e cabelo com divisão lateral em um 'look' muito masculino.

Não faltaram saias, curtas ou amplas com estampados em mosaico ou espinha de peixe com calças que faziam o contraste de tecidos. As mangas eram acolchoadas e os casacos e parcas bordadas deram um estilo elegante à coleção, que contou também com alguns visuais masculinos.

Visão idealizada de Paris

No final do desfile, Karl Lagerfeld foi para trás do bar para atender aos jornalistas.

"É uma visão idealizada da Paris de hoje, exagerei deliberadamente em resposta ao french bashing", disse o estilista. "Os próprios franceses dizem que a França está feia: não se deve exagerar, não está tão mal".

"Tudo bem que um estrangeiro o faça", acrescentou o estilista alemão, antes de comentar que se fosse feito por um francês seria visto como muito nacionalista. Ele se define ao contrário, como um "internacional".

Chanel - outono-inverno 2015 - Womenswear - Paris - © PixelFormula


Escolheu uma "brasserie", típico café do país, para "valorizar uma instituição tipicamente francesa". "Vejam na televisão, está cheia de programas sobre comida, bistrôs, restaurantes. A cozinha francesa tem reputação mundial".

Ao ser perguntado sobre o ritmo desenfreado dos estilistas de hoje, que conduzem certas casas de moda, como Jean Paul Gaultier, e abandonaram o pronto-a-vestir, o diretor artístico que cria oito coleções por ano disse que "talvez alguns criadores sejam um pouco preguiçosos".

"A Chanel é um diálogo 'non stop', há centenas de lojas no mundo. A cada dois anos há algo novo", segundo Karl Lagerfeld, que diz não pensar em aposentadoria, ainda que sua idade – assunto sobre o qual não costuma falar – ronde as oito décadas.

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