Kenzo Takada falece em Paris aos 81 anos vítima de COVID-19

O designer japonês Kenzo Takada, fundador da marca Kenzo em 1970, morreu aos 81 anos, no domingo passado (4 de outubro), em Neuilly-sur-Seine, nos arredores de Paris, com uma complicação de saúde após a contratação de COVID-19 - relatou um porta-voz da sua marca de decoração K3.

O criador, um dos primeiros japoneses a deixar a sua marca na cena internacional, ainda hoje ativa no seio do grupo LVMH, morreu no hospital americano em Neuilly, a poucos quilómetros da capital francesa.

Reconhecido por usar sempre óculos pretos e um corte de cabelo "garçon", o qual adotou nos últimos anos enquanto ainda mantinha um estilo muito jovem, Kenzo reformou-se da sua empresa em 1999 depois de ter construído um império que vai desde vestuário a perfumes e outros produtos de beleza.

O estilista popularizou as estampas gráficas e florais que ainda hoje definem a identidade da marca, rainha de um estilo colorido e urbano, e dirigida desde julho de 2019 pelo estilista português Felipe Oliveira Baptista.

"Adeus mestre. Foi com grande tristeza que soube do falecimento do Sr. Kenzo Takada. A sua incrível energia, gentileza, talento e sorriso foram contagiosos. O seu espírito afável viverá para sempre", escreveu repetidas vezes, Oliveira Baptista, na sua conta de Instagram, juntamente com fotos de Kenzo em jovem.

Embora a sua assinatura tenha sido deixada ao grupo de Bernard Arnault, LVMH, Kenzo continuou a servir como consultor criativo em muitas vertentes da sua marca. Apesar de não ter podido estar presente no último desfile da maison, na sexta-feira passada (2), em Paris, por já estar muito doente.

"Eu era um grande fã da sua marca quando começou. Acho que era um grande designer. Estou muito triste. Era um grande homem", disse o presidente e diretor executivo da LVMH, Sidney Toledano, à revista WWD.

Nascido em 1939, em Himeji – cidade ao sul do Japão que poderia passar em branco se não fosse o seu imponente castelo branco, o maior castelo do Japão e um dos poucos preservado de origem –, Kenzo tem presidido ao altar da moda nos últimos 50 anos devido ao seu legado na indústria.

Depois de se formar na Bunka Fashion Collegue Tokyo, mudou-se para Paris em 1964, onde começou a sua carreira, vendendo esboços a grandes estilistas.

Apresentou o primeiro desfile de moda em 1970 na recém-inaugurada loja Galerie Vivienne, dedicada ao vestuário feminino e originalmente chamada "Jungle Jap". Mais tarde, deu-lhe o seu próprio nome popular.

Volvidos 13 anos, acrescentou uma linha masculina à sua marca e, pouco depois, incluiu perfumes e decoração.

As estampas coloridas, o espírito multicultural e uma certa alegria que introduziu na moda com os espetaculares desfiles, continuam a ser um exemplo para novos e mais velhos estilistas.

O ano passado, celebrou o 80.º aniversário na capital francesa, com uma festa em que o código de vestuário era o ouro, e onde mostrou o seu desejo de continuar a divertir-se.

Em janeiro deste ano, criou a K3, uma empresa de design de interiores de luxo, na qual estava agora plenamente envolvido.