Kering anuncia ter reduzido emissões de CO2 em 36% em três anos
Após o lançamento do Fashion Pact em agosto do ano passado, um pacto que reúne empresas têxteis e de vestuário com o objetivo de promover uma moda mais sustentável, o grupo de luxo Kering fez um balanço do seu progresso em relação aos objetivos estabelecidos.

Depois de lançar um primeiro plano de ação para 2012-2016, focado no meio ambiente através da sua conta de ganhos e perdas ambientais "EP&L" (Environmental Profit and Loss), a empresa, proprietária de marcas como Gucci, Saint Laurent e Balenciaga, ampliou o seu campo de visão. Em janeiro de 2017, a Kering publicou a sua nova estratégia, acrescida de uma dimensão social.
A empresa estabeleceu a meta de reduzir a sua pegada ambiental em 40% e as suas emissões de CO2 em 50% até 2025 em relação a 2015, enquanto torna as suas matérias-primas totalmente rastreáveis.
Três anos depois, qual o resultado? No relatório de progresso publicado na quinta-feira (30), a empresa liderada por François-Henri Pinault afirmou ter reduzido os seus “impactos ambientais globais” em 14% e as suas emissões de gases de efeito estufa em 36% entre 2015 e 2018. Em particular, a intensidade das emissões de gases de efeito estufa vinculadas às suas lojas e outros estabelecimentos em todo o mundo teriam diminuído 77% no mesmo período.
O grupo anunciou que agora utiliza 67% de energia renovável em todas as suas atividades. Uma taxa que atinge 100% em sete países e 78% na Europa.
Além disso, a Kering, que estabeleceu padrões relacionados a matérias-primas e processos de fabrico que formalizam as melhores práticas em termos de proteção ambiental, animal e social, informou que os requisitos definidos nesses padrões estão a ser implementados em 68% dos fornecedores do grupo.
Menos de um terço do algodão usado é orgânico
A Kering afirmou já ter atingido 100% do abastecimento de ouro "responsável" para os seus relógios e joias, enquanto a participação de algodão orgânico nas coleções é de 30%.
O grupo francês de luxo, que tem cerca de 35 mil funcionários em todo o mundo e gerou receita de 13,7 mil milhões de euros em 2018, também afirma ser uma das empresas com mais mulheres no CAC 40. As mulheres representaram 55% dos seus gestores em 2019, 63% da sua força de trabalho total, 33% dos membros do comité executivo e 60% do conselho de administração.
"O relatório de progresso do desenvolvimento sustentável que partilhamos hoje reflete conquistas muito encorajadoras, alinhadas com a rota da Kering para 2025, mesmo que ainda haja um longo caminho a percorrer, e estamos muito conscientes", disse Marie-Claire Daveu, diretora de desenvolvimento sustentável e assuntos institucionais internacionais da empresa.
No seu último relatório 2020 Predictions Report decoding the next decade of change (Relatório de previsões de 2020: descodificando a próxima década de mudança), a Positive Luxury, que promove práticas mais éticas e sustentáveis, destaca a tomada de consciência sobre a emergência climática entre empresas de bens de consumo.
Segundo o relatório, as preocupações ambientais definem efetivamente a agenda da moda. Diferentes cidades, semanas da moda e outros estilistas estão a tomar medidas para reduzi ar sua pegada de carbono, e várias empresas do setor, incluindo a Kering e a LVMH, seguem nessa direção. Os autores do relatório também destacam o papel decisivo das novas gerações de consumidores que estão a pressionar a indústria do luxo em termos de compromissos ecológicos.
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