Kering e sua vedete, Gucci
A Gucci tem sido o assunto do momento na Kering, depois dos brilhantes resultados obtidos pelo grupo francês de luxo no primeiro semestre, divulgados na semana passada, a maior parte deles atribuídos à marca italiana.
"Não acredito que haja muitas organizações do nosso tamanho que poderiam aumentar as receitas em mais de um bilhão de euros em plataformas que não tiveram muita expansão", argumentou o diretor-geral do grupo Kering, Jean-François Palus. "O desempenho espetacular da Gucci é incomparável em nossa indústria".
Em um evento somente para convidados, na noite de quinta-feira (27), Jean-François Palus falou sobre o crescimento das receitas do grupo. O executivo ressaltou que a Kering não tem planos para novas aquisições "no médio prazo" e vai se concentrar em extrair o potencial máximos dos ativos existentes.
A Kering, uma empresa cotada em bolsa, é controlada pela bilionária família francesa Pinault, e obteve um aumento de 28,2% nas receitas do grupo para 7.296 bilhões de euros. A marca italiana Gucci, que é controlada pelo Kering viu suas receitas subirem 45%, para 2.832 bilhões de euros, lideradas por aumentos no varejo e atacado.
76% do aumento das receitas de luxo da Kering foram provenientes da Gucci, onde consumidores do mundo todo lotaram as lojas para adquirir as novas peças assinadas por Alessandro Michele, que assumiu o comando da direção criativa da casa em janeiro de 2015.
A Gucci está ocupada remodelando sua rede de lojas. Até agora, 109 já foram renovadas sob a direção de Michele, e mais 40 devem ser atualizadas até o final do ano.
A marca italiana, originária de Florença, também têm investido no online. Ela assinou um acordo para garantir entregas em apenas 90 minutos nas principais cidades com a ajuda da multimarcas online, Farfetch, e abriu um novo site de comércio eletrônico na China continental, resultando no aumento de 52% nas vendas online do primeiro semestre."É uma abordagem 360", explica Palus.
Kering, que se descreve como um grupo de luxo e estilo de vida, possui 15 marcas globais como, Yves Saint Laurent, Alexander McQueen, Bottega Veneta e Stella McCartney, além da grife esportiva alemã, Puma. O grupo também está particularmente satisfeito com o desempenho da Saint Laurent, que registrou um aumento de 29,7% nas receitas para 711 milhões de euros, que se deve ao estilista recém-instalado, Anthony Vaccarello, que fascinou os consumidores com seu estilo sombrio e glamouroso.
A marca Bottega Veneta teve aumento nas vendas totais de 3,4% para 590 milhões de euros. Já a marca masculina Brioni, que demitiu seu estilista anterior Justin O'Shea após apenas uma temporada, continua enfrentando dificuldades, embora Palus insista que houve "progresso em peças formais e feitas sob medida", graças à nova diretora criativa Nina-Maria Nitsche.
A Balenciaga desfrutou de uma "excelente receptividade às coleções de seu novo diretor criativo Demna Gvasalia; Stella McCartney e Alexander McQueen "tiveram um bom nível de rentabilidade", declarou o diretor financeiro Jean-Marc Duplaix.
Entre as outras boas notícias, Kering quase dobrou seu fluxo de caixa livre em quase um bilhão de euros, outra conquista impressionante. A Europa Ocidental impulsionou o aumento do volume de negócios global, subindo 42%, liderado por locais e turistas, especialmente na Itália, França e Reino Unido. Na América do Norte, o varejo aumentou 22%, impulsionado, principalmente, pelo consumo dos residentes; Enquanto na Ásia Pacífico, as vendas cresceram acima de 31%, em todas as regiões, exceto Taiwan.
Por fim, a outra boa notícia para os acionistas é a performance da Kering Eyewear, que Palus citou como "um excelente exemplo de nossa capacidade como grupo em aproveitar o crescimento orgânico”. Lançada em 2014, a Kering Eyewear (óculos de grau e de sol) teve uma receita de 209 milhões de euros, e um recente acordo com a Richemont poderá implicar em uma expansão que irá além das marcas do grupo.
"Temos a massa crítica necessária para internalizar nossa linha de óculos e desenvolver ainda mais com a Richemont, nos permitindo construir uma nova categoria básica. Os óculos agora adquiriram uma presença forte em nossos desfiles, anúncios e lojas, e conseguiram manter o espírito de start-up, algo que valorizamos na Kering", ressaltou Jean-François Palus.
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