Kering vai abrir a própria oficina de bordados na Índia

A Kering continua a sua abordagem sustentável, desta vez centrada no sector de bordados à mão na Índia. O grupo de luxo, que tem na sua carteira a Gucci, Saint Laurent, Balenciaga e Bottega Veneta, entre outras marcas, vai absorver uma parte significativa das atividades de bordados à mão, realizadas na Índia, pelos seus parceiros, criando a própria oficina. Qual o objectivo? Satisfazer as necessidades das suas marcas, melhorando os conhecimentos neste campo, mas também incrementando as condições de trabalho dos artesãos indianos.

"A Índia é um centro de excelência para o bordado à mão, com uma tradição ancestral desta técnica e artesãos altamente qualificados. A maior parte das marcas de luxo do mundo depende do know-how indiano para bordar à mão", aponta o grupo num memorando interno, reforçando que esta atividade é atualmente realizada "por exportadores ligados em parte a pequenos subcontratados locais", cujas "condições de trabalho são inadequadas, particularmente por causa dos baixos salários e medidas de saúde e de segurança inadequadas".

Nos últimos anos têm sido feitos esforços por vários atores do sector do luxo. O progresso é significativo, mas demasiado lento, acredita o grupo, e por isso decidiu agir na linha da frente. Kering não especifica os contornos do seu projecto, nem onde nem quem estará envolvido. Mas, a empresa explica que quer criar um escritório próprio, no local, para "controlar melhor as condições de trabalho, salários, saúde e segurança".

"O objectivo não é cobrir 100% do trabalho de bordado manual, exigido pelas marcas do grupo, mas sim adquirir um conhecimento directo e concreto desta atividade - tanto sob o ponto de vista comercial como técnico - e assim poder colaborar melhor com os fornecedores externos, nomeadamente em termos de condições de trabalho, salários, preços e compromissos contratuais", conclui a empresa.

Kering vai abrir a própria oficina de bordados na Índia

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