AFP
Estela Ataíde
23 de out. de 2020
L'Oréal recupera no terceiro trimestre e diz-se confiante para segundo semestre
AFP
Estela Ataíde
23 de out. de 2020
A gigante francesa da cosmética L'Oréal registou uma recuperação no terceiro trimestre, com a retoma do apetite por cosméticos na China a permitir limitar o impacto da pandemia.
O grupo registou um decréscimo de -2% no seu volume de negócios, para 7,04 mil milhões de euros, próximo do consenso dos analistas questionados pelo prestador de serviços Factset. No entanto, em dados comparáveis, as vendas aumentaram 1,6%, indicou a empresa num comunicado na quinta-feira.
Excluindo o segmento de travel retail [NR: lojas de aeroporto], o aumento chega a ser de "5,4% em dados comparáveis, o que volta a ser significativo", felicitou-se Jean-Paul Agon, CEO da L'Oréal, à AFP. Nos primeiros nove meses do ano, as vendas caíram 8,6%, para 20,11 mil milhões de euros.
Embora todas as áreas geográficas se tenham mantido em ligeiro declínio, este é no entanto menos acentuado do que no primeiro semestre, já que as vendas caíram 11,7% em seis meses. A Ásia-Pacífico, agora o primeiro mercado do grupo, experimentou um declínio de 1,9% (mas um aumento de 2,4% em perímetro comparável). A China destaca-se pelo seu dinamismo, com um aumento de 18,1% nos primeiros nove meses do ano. A Europa Ocidental, o segundo mercado do grupo, manteve-se praticamente estável no terceiro trimestre, com -0,7% (-2,5% em crescimento comparável). A América do Norte recuou 2,1% (mas subiu 1,3% em perímetro comparável).
Por ramo de atividade, a situação é díspar. A L'Oréal Luxe, dedicada a produtos de beleza de gama alta (Lancôme ou Yves Saint Laurent), continuou a acusar uma queda acentuada (-6,4%). Mas, a divisão “supera claramente o seu mercado, graças a uma gama de lançamentos muito extensa”, sublinhou Jean-Paul Agon, citado no comunicado. As vendas da principal divisão do grupo, os produtos de consumo, recuaram 4,7% (mas estão quase estáveis em dados comparáveis).
Por outro lado, a divisão de Produtos Profissionais, que havia caído fortemente sob o impacto do encerramento de salões de cabeleireiro na primavera, recuperou 5% no terceiro trimestre. Esta divisão "alcançou o seu melhor trimestre em muitos anos, impulsionada pela reabertura dos cabeleireiros e pela aceleração do e-commerce", segundo a L'Oréal. A divisão de Cosmética Ativa continuou a ganhar impulso (+21,7%), ainda impulsionada pela Ásia e a América do Norte.
A L'Oréal não dá objetivos quantificadas para este ano, mas diz almejar um segundo semestre com crescimento semelhante, contando com o comércio online, que explodiu nos primeiros nove meses do ano (+61,6%) e passou a representar 23,7% do volume de negócios.
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