AFP
Novello Dariella
26 de mar. de 2021
LVMH quer ter um impacto neutro na biodiversidade até 2030
AFP
Novello Dariella
26 de mar. de 2021
A LVMH – o maior player mundial do luxo – quer ter um impacto neutro na biodiversidade até 2030, como anunciou quarta-feira (24 de março) em entrevista, Antoine Arnault, o diretor de Imagem e Meio Ambiente do grupo de luxo.
“A nossa meta é 'zero desertificação e desmatamento' até 2030 em todas as nossas cadeias produtivas”, declarou Antoine Arnault na entrevista concedida à diretora geral da UNESCO, Audrey Azoulay, a qual foi publicada no jornal La Croix.
“Os avanços tecnológicos e o facto de todas as grandes empresas do mundo trabalharem simultaneamente nessas questões permitir-nos-ão um crescimento sem poluição em 10 ou 15 anos”, assegurou Arnault.
A LVMH está comprometida em não usar mais matérias-primas de áreas com alto risco de desmatamento ou desertificação até 2030. “Até esta data, também teremos implantado agricultura regenerativa para todos os nossos insumos estratégicos: uva, algodão, lã, couro ou óleo de palma". E até lá, 5 milhões de hectares de habitat para flora e fauna serão reabilitados pela LVMH, segundo Antoine Arnault.
Para medir esse impacto na biodiversidade, o grupo proprietário de 75 maisons (Louis Vuitton, Dior, Guerlain, Fendi, Dom Pérignon e Bulgari, citando algumas) usará o Global Biodiversity Score, desenvolvido pela CDC Biodiversity, uma subsidiária da Caisse des Dépôts, e irá trabalhar com a empresa Quantis.
Na segunda-feira (22), uma reportagem publicada pelo site especializado Business of Fashion questionou os gigantes da moda, incluindo a LVMH, sobre os seus compromissos eco responsáveis, deplorando as discrepâncias entre os discursos e os factos.
A Kering (proprietária da Gucci, Saint Laurent, Balenciaga, etc.) ocupou o melhor lugar entre os 15 grupos de luxo, retalho e vestuário desportivo estudados, com 49 pontos em 100 no índice.
A LVMH acumulou 30 pontos, atrás da PVH (proprietária de marcas como Calvin Klein e Tommy Hilfiger, com 41 pontos) e a Hermès (32 pontos), situando-se à frente da Richemont (19 pontos).
Antoine Arnault indicou ainda que a LVMH está a intensificar as suas ações “em prol do bem-estar animal”, embora tenha admitido que o grupo “continua a oferecer couros e peles aos seus clientes, pois os substitutos sintéticos podem implicar outros problemas, como a poluição dos oceanos pelos micro plásticos”.
A LVMH ajuda "a salvar espécies, por exemplo os crocodilos, pois segundo os especialistas o desenvolvimento de fazendas de reprodução evitou a sua extinção", disse Arnault. “Não há cosméticos sem espécies vegetais, nem bolsas sem espécies animais... os nossos produtos vêm da natureza e temos o dever de a preservar”, concluiu.
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