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Novello Dariella
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11 de out. de 2018
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Lacoste: Louise Trotter, uma escolha coerente para a direção artística

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Novello Dariella
Publicado em
11 de out. de 2018

Quem diria que Louise Trotter seria escolhida para a direção artística da Lacoste? Digamos que, para muitos observadores, o seu nome nem constava entre os possíveis candidatos. Era esperado alguém com experiência em desportos, roupa desportiva ou até mesmo algum nome mais conhecido. No entanto, Louise Trotter, que passou nove anos na direção de arte da Joseph, foi a escolhida para a direção artística da marca francesa, e é a primeira mulher ocupar o cargo.

Louise Trotter, nova diretora artística da Lacoste

Se alguns olham para a Lacoste como a marca que foi impulsionada por Felipe Oliveira Baptista, é preciso lembrar que o estilista precisou de várias temporadas para se estabelecer e trazer uma nova imagem mais contemporânea e "sexy" para a marca, inserindo-a no cenário ultra competitivo da moda. Assim como Christophe Lemaire, para quem trabalhou como assistente da sua marca, antes de se tornar estilista da Lacoste, Felipe Oliveira Baptista é uma personalidade discreta, adepto de uma certa sobriedade. Atribuições que também podem ser usadas ​​para descrever Louise Trotter.

A estilista britânica iniciou a sua carreira do outro lado do Atlântico, na Calvin Klein, e depois trabalhou na Gap como vice-presidente de design e de desenvolvimento de produtos da coleção feminina, antes de ser nomeada vice-presidente sénior e diretora de criação da linha high-end, H Hilfiger. De volta à Grã-Bretanha, foi diretora de criação da marca high-end Jigsaw e, pouco depois de ingressar na Joseph's, Louise Trotter mudou-se para Paris, onde tem sede o estúdio de criação da marca.


Joseph

A sua passagem pela Joseph foi elogiada pelos retalhistas e pela imprensa. Louise Trotter contribuiu, de facto, para o crescimento internacional da marca. Com ela, a Joseph deu os seus primeiros passos na Semana da Moda de Londres com desfiles a partir do outono-inverno de 2014/2015, algo que não estava destinado a ser reproduzido nas temporadas seguintes, mas face do sucesso, a direção decidiu dar continuidade. Algumas temporadas depois do primeiro desfile feminino, Louise Trotter também lançou a moda masculina da Joseph e contratou um responsável pela coleção masculina, Francesco Muzi, ex-diretor de criação da Z Zegna, que também trabalhou na moda masculina da Jil Sander. Um desenvolvimento que também encontrou a sua clientela.

Louise Trotter criou coleções que foram além do um bom e belo básico para a Joseph. Também deu a sua interpretação de um estilo apurado e contemporâneo inspirado, entre outros, pela alfaiataria e arquitetura. A sua adaptabilidade e o seu gosto por materiais finos, detalhes, cortes e os clássicos do guarda-roupa, desde malhas finas, camisas atemporais, calças elegantes e casacos envolventes, foram aparentemente decisivos para a Lacoste. Por isso, a marca fez uma escolha relevante que vai projetar a Lacoste numa nova era que pode atender à demanda por uma moda usável e desejável. Num momento em que alguns meios de comunicação social criticam a nova imagem da Celine criada por Hedi Slimane, muito distante do estilo construído por Phoebe Philo, os nostálgicos da era Philo, mas também do auge de Helmut Lang, Jil Sander e Martin Margiela, devem ficar atentos às próximas coleções de Louise Trotter para a Lacoste.

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