Helena OSORIO
18 de abr. de 2023
Lignin for Hair: Universidade de Coimbra desenvolve condicionador de cabelo amigo do ambiente a partir de resíduos agroflorestais e espécies invasoras
Helena OSORIO
18 de abr. de 2023
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) está a utilizar resíduos de plantas invasoras para criar um condicionador de cabelo amigo do ambiente. Segundo a instituição de ensino superior, tratam-se de resíduos agroflorestais e de espécies invasoras uma vez que a indústria está a “investir em produções e métodos mais sustentáveis”. A equipa de cientistas do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está assim a desenvolver este projeto denominado “Lignin for Hair”.
Em comunicado, Luís Alves, investigador do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) do DEQ, revela que o grupo está a “preparar novos derivados catiónicos da lignina para serem usados como condicionadores nos produtos capilares e, assim, constituírem uma melhor alternativa aos agentes tradicionais”, acrescenta.
A lignina será obtida por extração de materiais lignocelulósicos por via de procedimentos ambientalmente “mais eficientes e sustentáveis”, frisa ainda sobre a lignina como sendo o segundo polímero mais abundante em materiais lignocelulósicos (como a madeira) e serve como "cola" de todos os constituintes desses materiais, conclui.
“Já temos resultados relacionados com o processo de fracionamento com recurso a solventes de origem sustentável, baseado no conceito de economia circular uma vez que um deles é obtido a partir da madeira”, revela por sua vez a equipa científica do DEQ a respeito desta fase inicial.
Seguem-se duas outras fases onde a lignina extraída será “quimicamente modificada, de modo a interagir com as fibras capilares e promover o efeito condicionador. Nesta modificação também serão priorizadas metodologias sustentáveis”, descrevem, informando que a terceira fase é dedicada à “avaliação da eficácia” do condicionador de cabelo.
Ainda segundo a nota, os investigadores acreditam que este produto poderá ter um “elevado impacto na indústria do cuidado capilar”, pois possibilita a “substituição de compostos produzidos a partir de matérias-primas não renováveis, como o petróleo, e outras obtidas a partir de matérias-primas necessárias na alimentação humana e animal, como o óleo palma”, desvendam.
O “Lignin for Hair” terá uma duração de 18 meses e é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, contando com a participação de investigadores do DEQ e da Universidade do Algarve.
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