Livre-comércio Estados Unidos/UE: Euratex prepara a lista das suas expetativas

No momento em que as negociações em torno do livre-comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia entram na sua 7.ª fase de discussões, a Confederação Europeia de Têxteis e Vestuário (Euratex) publica um documento listando as barreiras transatlânticas que estão na atualidade a frear a fileira.

“Dos dois lados do Atlântico, os produtos de têxtil/vestuário são produtos sensíveis, sujeitos a normas de segurança restritas, às quais eles devem adaptar-se antes de serem disponibilizados no mercado”, explica a Euratex. “É em consideração à indústria que devemos manter este alto nível de normas, eliminando ao mesmo tempo os inúteis fardos que têm entravado a atividade”.

Entre os obstáculos levantados, a Euratex sublinha que as novas matérias-primas podem ter de adaptar-se a normas oficiais diferentes de Bruxelas e de Washington, tornando delicada a etiquetagem obrigatória das fibras. Além do mais, a Euratex deseja que o local da etiqueta de origem seja deixado para que as marcas cuidem disso, aí onde os Estados Unidos regulam fortemente o seu posicionamento.

Além disso, os símbolos de segurança não foram harmonizados por completo na Europa, levando os profissionais europeus a reclamar um padrão de informação universal. Os profissionais europeus da lã desejam também que os seus homólogos americanos adotem o processo de etiquetagem internacional “Super S”, em vez do seu sistema de medida nacional.

Quanto à segurança, a Euratex deseja a aproximação dos testes conduzidos nas peças infantis, já bastante próximos tanto de um lado como do outro do Atlântico. Ademais, os profissionais europeus da seda esperam que a sua matéria-prima seja declarada isenta pelos Estados Unidos dos testes de inflamabilidade, como já o são outros materiais têxteis.

Naturalmente, a questão aduaneira foi levantada. Os Europeus apontam a complexidade dos procedimentos americanos. Tal complexidade leva ao emprego de prestadores de serviços, o que não descarta totalmente os riscos de coima, penalidades e atrasos, aumentando em 20% os custos para a exportação. Por isso a Euratex solicita a eliminação dos “pesados” e custosos cursos do processo.

Por fim, a Euratex está a preocupar-se com a livre revenda das informações aduaneiras aos Estados Unidos, o que lhes permite a informação sobre os seus concorrentes em termos de preços, fornecedores e quantidades. Evocando um sentimento “de espionagem industrial” entre alguns Europeus, a Euratex deseja ver a questão lembrada pelos diplomatas para eliminar esta prática “desleal”.

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

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