Loewe apresenta o seu primeiro desfile masculino, lúdico e cósmico
Paris Fashion Week Men - O primeiro desfile de moda masculina da Loewe foi divertido e cósmico, mas também desejável e comercial.

Até este fim de semana, o diretor criativo da Loewe, Jonathan Anderson, havia mostrado as suas roupas masculinas apenas em apresentações elegantes na sede da marca em St Germain. Nesta temporada, Anderson optou por um desfile na sede da UNESCO em Paris, onde já tem o hábito de organizar as suas apresentações de moda feminina para a célebre marca espanhola.
Desta vez, Jonathan Anderson escolheu uma caverna de cimento, numa sala cujo ponto central era uma enorme parede laranja pendurada, projetada pelo artista alemão Franz Erhard Walther. Todo o espaço, da carpete ao teto, foi criado numa paleta laranja suave, enquanto vários fragmentos de casacos e calças suspensos na instalação foram repetidos na própria coleção. Os seus casacos desgastados pareciam feitos de enchimento de colchões.
A ideia mais estranha do estilista foi o toque de velho oeste nas botas dignas de um gaúcho argentino, com fechos-éclairs na parte traseira. Outras calças poderiam ter sido utilizadas por pescadores do norte, uma ideia já desenvolvida no desfile masculino da linha de Jonathan Anderson, realizada no antigo estúdio do chefe do clã surrealista André Breton no início da temporada.
"Estávamos a estudar pescadores e o início dos anos 80. Como escolher um objeto fetiche e tirar o fetiche. E eu gosto bastante que eles fossem western, mas não western”, disse o designer nos bastidores depois do desfile.

Sem dúvida, Jonathan Anderson gosta de subverter os códigos tradicionais, como pudemos ver nos seus imensos trench coats em cores contrastantes, que também tinham acabamentos em forma de cachecol; ou nos seus ponchos de crochet um pouco absurdos; numa camisa de seda estampada com o rosto de Marilyn Monroe a combinat com as calças mencionadas acima; ou, melhor ainda, em blusas sublimes incrustadas com pedras semipreciosas feitas para parecerem a "galáxia", nas palavras do designer.
A ideia era que qualquer admirador pudesse ir a uma flagship da Loewe para comprar uma sweater e imediatamente adquirir um pouco do design da moda de Jonathan Anderson.
Jonathan Anderson até pegou num fato do prêt-à-porter feminino da marca espanhola e transformou-o sutilmente para se adaptar ao corte masculino, e finalizou com blusões de lã sublimes com bolsos de camurça e detalhes trompe-l’oeil. Uma coleção eficaz, mas também radical e muito cool em todos os sentidos.
Sob o comando de Jonathan Anderson, a Loewe transformou-se numa grande empresa, com vendas que devem ultrapassar os 500 milhões de euros este ano. E a tendência é crescer ainda mais, já que a Loewe ainda tem apenas 140 lojas e shop-in-shops. O próximo passo é a abertura de uma flagship na New Bond Street, em Londres. Na semana passada, a Loewe também se aventurou em outerwear, com uma pop up especial no Soho, na Webster Street, focada numa clientela mais jovem.
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