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Helena OSORIO
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1 de jun. de 2021
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Lola Rykiel abre loja de estreia em Saint Germain

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Helena OSORIO
Publicado em
1 de jun. de 2021

Não se consegue manter uma boa família em baixo, especialmente se esta tiver um ADN tão forte como o do clã Rykiel, cuja descendente Lola Rykiel estreou a sua primeira boutique em Paris na terça-feira, 1 de junho.


Fachada da boutique de Lola Rykiel em Saint Germain - Pompom Paris


Intitulada Pompom Paris, a primeira loja de Lola fica, mais bien sûr, no coração espiritual da falecida avó Sonia Rykiel, na margem esquerda de Paris, em Saint-Germain-des-Près. A avó, que se tornou popular na década de 1970, também tinha uma loja no mesmo espaço.
 
Com uma mistura de comodidade francesa e estilo livre do centro de Nova Iorque, a boutique de 30 metros quadrados está localizada no número 8 da rua de Grenelle, na esquina da histórica sede de Sonia Rykiel, no Boulevard Saint-Germain.

"Tudo o que aqui se encontra é quase como a roupa que eu desejei que a minha avó desenhasse. Eu estava frequentemente com a avó e dizia, 'porque não fazes a cor-de-rosa, mais lantejoulas ou adicionas cristais?' Mas a avó, que era tão sofisticada, respondia 'não não não', às minhas ideias de adicionar um pouco de Juicy Couture à mistura!" ri-se a última construtora de marcas do clã Rykiel.
 
Durante a pandemia, a loura Lola tornou-se mãe, com a chegada da sua menina Billie, agora com nove meses de idade. A mãe Nathalie é morena e Sonia era a ruiva mais famosa de Paris. Três cores que marcam a diferença em três gerações.


Lola Rykiel na Pompom Paris - Pompom Paris


Esta segunda filha de Nathalie, Lola, é muito parisiense, tendo estudado na École Alsacienne – o famoso liceu do 6.º arrondissement fundado em 1874 – para a jeunesse dorée ou caviar gauche, o que significa juventude dourada ou coquetes de esquerda.
 
Há dois anos, Lola estreou a sua primeira coleção, com ênfase na sagacidade e atitude e em frases como Fragile et Forte e Spiritual Bimbo. A avó de ascendência judia de mãe russa e pai romeno, geralmente é creditada por ser a primeira designer a tecer guiões para as coleções de moda apresentadas em passerelle.
 
Já Lola vende a retalho calças de veludo a cerca de 250 euros; sweatshirts a 310 euros e tops de strass ou casacos estilo zebra com lantejoulas a 700 euros.

"O ADN é uma jovem francesa, que viaja (ou costumava viajar) e não se leva muito a sério. Não é uma vítima; não tem medo de brilhar, e também está preparada para vestir algo mais masculino", explica Lola, que até idealizou uns calções de veludo modelados a partir dos que pediu emprestados ao marido.
 
Depois do liceu, Lola passou 10 anos em Nova Iorque, vivendo no Bowery, e estudando dança com a famosa bailarina e coreógrafa Martha Graham, nada menos do que isso. Mais tarde, a sua casa tornou-se a da diretora de relações públicas da Rykiel nos EUA. Para se preparar, em 2011, Lola fez estágios de um mês em vários departamentos da Sonia Rykiel (design, contabilidade, produção e relações públicas), aperfeiçoando as suas capacidades empreendedoras.


Look idealizado por Lola Rykiel para a Bombom Paris - Pompom Paris


Agora, de regresso a casa em França, Lola vive atrás do Café de Flore, famoso por ser frequentando por importantes intelectuais e artistas, onde Sonia teve até um espaço de sanduíches com o seu nome. Após a morte de Sonia Rykiel em 2016, a maison entrou em decadência, caindo no controlo de investidores chineses, antes de ser fechada; a sua marca acabou por ser vendida a investidores franceses locais, que relançaram tranquilamente a Sonia Rykiel, embora sem um diretor criativo estabelecido.
 
Além disso, a antiga sede da marca na avenida Saint-Germain é ainda propriedade da mãe de Lola, embora atualmente esteja fechada. No entanto, Lola está claramente entusiasmada por estar de volta ao 6.º arrondissement de Paris.
 
"É muito agradável estar ligada a este bairro. E sinto que continuo algo que foi impedido de ter continuidade, mas à minha maneira, e com os meus próprios meios", sorri.
 
No final, os seus ícones da moda são tanto as senhoras da sua família como muitas vezes os seus melhores amigos em Nova Iorque, que usavam muitas peças de roupa sobrepostas, tops e camisolas, nas aulas de ioga e dança, sabendo pouco sobre moda, mas exsudando muito estilo.
 

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