Londres-AFP – A festa, as peles (ou suas imitações) e o preto, sempre presente: estas são algumas das tendências mostradas na Semana de Moda de Londres, que terminou na passada terça-feira (24) após cinco dias de desfiles para a temporada outono-inverno 2015:

NOITE EM BERLIM
o diretor artístico da Loewe, Jonathan Anderson, mirou na Berlim antes da queda do muro para inspirar-se em suas noites animadas em sua nova coleção: 'looks' enfeitados de tops e túnicas com ombros e mangas superdimensionados, muito anos 80, vestidos drapeados em tecidos sintéticos e coloridas botas de salto alto até as coxas evocando um glamour festivo.

As gémeas alemãs Daniela e Annette Felder inspiraram-se também na capital alemã para sua linha Felder Felder, mas dessa vez em uma Berlim dos fins dos anos 60, que celebra o hedonismo e a liberdade sexual.

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Saias curtas, vermelhas e pretas, imitando couro e cortadas a laser aparecem combinadas com tops curtos ou amarrados no pescoço, deixando entrever uma faixa de pele. Os vestidos aparecem em tecido preto transparente e as calças em lamé prateado.

AS PELES E SEUS SUBSTITUTOS
Tendência presente já em Nova Iorque, as peles, verdadeiras ou falsas, sóbrias ou coloridas, vão marcar presença no armário dos modistas no próximo inverno.

A marca de pronto-a-vestir Topshop Unique trouxe peles em estolas e casacos, além de adornar com elas as mangas dos seus casacos.

A estilista de origem sérvia Roksanda usou em casacos, coletes e bolsos em tons eletrizantes.

Já a Mulberry inventou um novo conceito: a lã que imita pele. A estilista Jade Leong disse à AFP que usa cardos secos para dar a aparência e o toque a suas camisas. As plantas são unidas a uma coluna rotativa e, quando entram em contato com o tecido, "é extraída a fibra e alargada para criar uma textura similar à pele".

PROIBIDO MOSTRAR... OS JOELHOS
Se a minissaia era onipresente na coleção da Topshop, a saia ampla mediana na altura da panturrilha continua com seu lugar ao sol. Esta temporada conheceu sua rival, a calça mediana, que apareceu dentro e fora das passarelles do evento londrino.
A Burberry não poupou tecido, propondo saias com estampados de flores abaixo dos joelhos.

Emilia Wickstead mostrou suas saias medianas e shorts de cintura alta em tons pastel em uma linha elegante da marca que tem como fã a duquesa de Cambridge. Paul Smith, que continua a explorar o masculino e o feminino, combinou suas calças amplas e curtas com casacos de corte masculino.

PRETINHO BÁSICO SEMPRE PRESENTE
Cor onipresente nas passarelles, o preto foi usado tanto para vestir as "guerreiras" de Gareth Pugh, atadas com couro flexível e vestidos como armaduras, quanto na estrela Simone Rocha, combinando lantejoulas, veludo e tweed.

Nunca deixamos ele, diz Julien Macdonald, "porque as mulheres adoram vestir-se de preto". O estilista propôs este ano uma coleção em dois tempos: cheia de cores com bordados em preto, inspirados pelas joias da coroa britânica, e também com visuais de preto total.

O MEDO DO VAZIO
Tecidos ricamente bordados, estampados floridos e uma explosão de cores: o 'horror vacui', ou medo do vazio, inspirou a estilista de origem grega Mary Katrantzou, que mostrou uma coleção rica em todos os sentidos, em suas próprias palavras.

O brasileiro Lucas Nascimento também explorou esse fenômeno, com uma coleção em tons de cobre e violeta onde a Burberry Prorsum multiplicou as técnicas – lantejoulas, matelassé e estampados – em seus vestidos e casacos de cores outonais.