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Novello Dariella
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12 de abr. de 2023
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Louis Vuitton deve abrir primeiro hotel nos Champs-Élysées

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
12 de abr. de 2023

Segundo fontes do mercado, a Louis Vuitton planeia abrir o seu primeiro hotel na Avenue des Champs-Élysées, tornando-se a mais recente marca de luxo a entrar para o ramo da hospitalidade.


A Louis Vuitton abrirá oseu primeiro hotelno número 103daAvenue des Champs-Élysées - Dior


Fazendo uma grande surpresa, a Louis Vuitton abrirá o seu primeiro hotel no número 103 da Avenue des Champs-Élysées, num prédio que a Dior (também parte do grupo LVMH) havia anunciado anteriormente que seria a sua sede e endereço da nova superloja.
 
Em vez disso, a Vuitton mudar-se-á para o prédio gigante enquanto que a Dior, por sua vez, poderá assumir a gigante boutique existente da Vuitton no número 101 da Avenue des Champs-Élysées, de acordo com fontes do sector em Paris.

O prédio do número 103 está atualmente coberto por um novelo branco gigante com dezenas de grandes imagens de tecidos Dior. No entanto, a mudança de tática aparentemente veio depois de algumas políticas internas hábeis e na sequência da nomeação em fevereiro de Pietro Beccari como CEO da Louis Vuitton. No seu cargo anterior como CEO da Dior, Beccari supervisionou uma enorme reforma da histórica flagship Dior na vizinha Avenue Montaigne.
 
“A decisão oficial pré-pandemia era que a Dior ficaria com o número 103, e agora mudou. Mas pode imaginar-se o impacto que um luxuoso hotel cinco estrelas da Louis Vuitton irá causar em toda a avenida”, disse um grande player do imobiliário local.
 
Segundo este, a LVMH que é controlada pelo homem mais rico do mundo, Bernard Arnault, paga cerca de 60 milhões de euros pelo arrendamento anual do 103, propriedade da família real do Catar. Acredita-se que o imenso edifício, que tem 22.000 metros quadrados, seja o maior da Avenue des Champs-Élysées, a mais famosa avenida da Europa.
 
A notícia da mudança de estratégia surgiu primeiro no La Lettre A, um site de negócios independente, que sugere que a mudança de tática tenha ocorrido após um grande debate interno com o grupo.
 
“Bernard Arnault, que votou entre os seus filhos e os seus barões do luxo, não pára de brincar de banco imobiliário na Avenue des Champs-Élysées”, criticou La Lettre A, afirmando que o segundo filho de Arnault, Alexandre Arnault, diretor de Marketing e Produtos da Tiffany, e o seu CEO, Anthony Ledru, também fizeram um forte lobby para que a marca de joias de Nova Iorque abrisse uma superloja no 103.


Onúmero101da Avenue des Champs-Élysées - Credit SRA Architectes


No entanto, com o apoio de Beccari, a Vuitton aparentemente conseguiu ficar com a propriedade. Enquanto estava na Dior, Beccari criou o Dior Suite, um apartamento de luxo com o seu próprio chef particular, construído no topo da flagship da Dior na Avenue Montaigne, garantindo aos clientes personal shoppers 24 horas e acesso à famosa loja durante a noite.
 
Um porta-voz da LVMH recusou-se a fazer qualquer comentário.
 
A Vuitton registou vendas de mais de 20 mil milhões de euros em 2022, lideradas pelo CEO Michael Burke, um executivo exigente que alcançou o maior crescimento nas vendas entre qualquer outro gestor dentro do conglomerado de luxo nas suas várias passagens pela Louis Vuitton, Fendi e Dior. Portanto, certamente pode arcar com o investimento necessário para criar um hotel de alto nível.
 
Burke já havia especulado que a Vuitton abriria um hotel, embora na altura tenha indicado que provavelmente seria localizado ao lado da sua atual sede no 1.º Arrondissement. No entanto, a proximidade da sede com o Cheval Blanc, hotel da LVMH que abriu nas margens do Sena ao lado da concept store do grupo, Samaritaine, acabou por descartar este local.
 
Além de uma rede de cinco Cheval Blancs, a LVMH também possui 13 hotéis Bulgari, o último dos quais inaugurado em Tóquio no mês passado. Já em 2018, a LVMH adquiriu a Belmond, uma cadeia de luxo exclusiva que inclui o Hotel Cipriani em Veneza, o Hotel Splendido em Portofino e o Copacabana Palace no Rio.
 
Até ao momento, não foi solicitada nenhuma proposta de licença de construção relacionada com o novo empreendimento da Louis Vuitton, mas segundo informações do La Lettre A, a Vinci, uma construtora francesa gigante, seria responsável pela reforma.
 
O edifício de estilo Haussmann data de 1898 e foi originalmente construído como um hotel, no qual num dos quartos a notória espiã Mata Hari foi presa em 1917, antes de morrer assassinada por um pelotão de fuzilamento. Transformado em banco em 1919, foi posteriormente requisitado pela Wehrmacht durante a Segunda Guerra Mundial. No pós-guerra, tornou-se a sede francesa do HSBC.
 
Ainda não há data para a inauguração do hotel Vuitton, que deverá incluir a abertura de um pátio interno, aumento das janelas do andar térreo e a inclusão de cerca de uma dezena de super suítes.
 
De facto, um banco imobiliário da moda.
 

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