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Novello Dariella
Publicado em
9 de mar. de 2022
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Louis Vuitton e os jovens do Musée d'Orsay

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
9 de mar. de 2022

Nicolas Ghesquière surpreende a cada temporada com algo muito novo. Na segunda-feira (7 de março) apresentou para a Louis Vuitton uma alfaiataria fresca e volumosa, e estampas magníficas com fotomontagens de uma juventude ideal.


Louis Vuitton - coleção outono-inverno 2022 - Louis Vuitton


Tratavam-se de fotos que o fotógrafo David Sims tirou quando jovem, na década de 90, no início de sua carreira. Jovens no auge da sua plenitude, a entrarem na idade adulta, apareceram numa dúzia de looks: no decote dos vestidos florais; ou costurados em cetim vermelho sobre um casaco branco acolchoado que era, ele próprio, uma gravura composta de fotos desses mesmos jovens. Vários jovens magros dançavam em sweaters em pixel art com estampas de tapeçaria ou brilhando em casacos de lantejoulas.
 
O melhor de tudo, sobre várias camisas de rugby em xadrez gigante, a mais recente expressão da obsessão de Ghesquière com a moda: casar roupas desportivas com alta costura atlética. Metade das suas roupas eram combinadas com calças culottes florais ou dhotis com padrões de papel de parede.

O elenco parecia super fresco. De alguma forma, seja com Marc Jacobs ou agora com Ghesquière, a Vuitton sempre consegue ter os melhores elencos de Paris.
 
"Esta coleção é dedicada à juventude, na esperança de que ela possa manter a poesia não resolvida da adolescência como uma vestimenta impecável, com todo o seu romantismo vivido, idealismo inspirador, esperança no futuro, num mundo melhor, e com os seus sonhos de perfeição", explicou o designer
 
Como de costume, a Vuitton obtém os melhores locais para realizar os desfiles, mostrando o poder da marca de luxo mais lucrativa de França. Nesta temporada, o evento foi realizado no Musée d'Orsay. O museu de arte do século XIX e o seu piso térreo repleto de estátuas foram o cenário ideal para Ghesquière e para o seu estilo eclético que mistura épocas. Noutra jogada inteligente, a maison conseguiu reservar L'Orangerie para temporadas futuras.

O desfile começou com proporções um tanto exageradas: calças largas enormes, jaquetas de couro, camisas militares e várias gravatas florais. No entanto, tudo tinha um ar descontraído e muito parisiense. Mais tarde, alguma confusão surgiu com enormes coletes peplum com tentáculos feitos do que só poderia ser descrito como lã bouclé estilo Chanel.
 
Dito isto, a coleção como um todo foi uma declaração ousada e memorável. A novidade de maior destaque foi a aposta de Nicolas em volumes: blazers estilo cocoon combinados com coletes oversized, todos com lapelas largas. Destaque também para um quarteto de vestidos de malha lurex e lã com bolsos laterais profundos combinados com golas altas. Celebrando o que Ghesquière chamou de "A impermanência e a bela volatilidade da adolescência".
 
A maison pode ter fechado todas as suas lojas na Rússia, mas a sensação no desfile foi de total confiança quando Ghesquière foi cumprimentar o público. A apresentação foi acompanhada por uma trilha sonora eletrónica que incluiu Far Away, de Julianne Wolf, um bom título para esta coleção. Porque esta foi de longe a mais inesperada de Paris, uma marca gigante com um designer que continua a fazer boas experiências.

 

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