AFP
Helena OSORIO
25 de mai. de 2023
Louis Vuitton enfrenta chuva numa ilha paradisíaca italiana
AFP
Helena OSORIO
25 de mai. de 2023
A Louis Vuitton lutou bravamente contra a chuva forte, numa ilha italiana paradisíaca, enquanto apresentava a sua coleção Cruise, na noite de quarta-feira (24 de maio), com o clima a enviar convidados famosos para baixo de guarda-chuvas e a desvanecer um ou outro penteado.

Mas quando se é a marca principal do poderoso portfólio da LVMH, com uma lista de convidados que inclui Catherine Deneuve, Cate Blanchett e Emma Stone, o que é expor-se a um pouco de chuva?
O mau tempo provavelmente não estava em mente quando a célebre marca de luxo liderada por Nicolas Ghesquière escolheu a pequena Isola Bella, uma das ilhas do arquipélago das Ilhas Borromeu, à imagem de uma joia nas águas azuis do Lago Maggiore, que é sem dúvida um local "de cair o queixo", completamente ocupado pelo Palácio Borromeu e pelos seus jardins ao estilo italiano seiscentista e setecentista, que serviram de pano de fundo à coleção Cruise 2024 da Louis Vuitton.
Num primeiro plano, cruzando os caminhos sinuosos do jardim de buxo pontuado de espécies exóticas, assim como povoado de arquitetura e esculturas monumentais evocativas do auge do barroco, o desfile decorreu amenamente ao som de uma ária da ópera de Puccini, Madame Butterfly, logo alternando para outros registos musicais.
Mas a chuva chegou mesmo assim, obrigando o desfile originalmente planeado para os jardins formais da ilha a acontecer no barroco Palazzo Borromeo, ainda propriedade da família de mesmo nome cuja ascendência nobre data do século XIII.
"A única coisa que Nicolas não pode controlar é o clima", disse à AFP o editor-chefe da Vogue Tailândia, Ford Laosuksri, após o desfile, enquanto os convidados se demoravam a bebericar espumante, esperando em vão que a chuva parasse.
Laosuksri ostentava um top floral de crochet e sandálias num gesto tão cativante quanto imprudente, a plena queda de chuva constante.
"Não queria estragar os meus sapatos de veludo", confidenciou.
Nicolas Ghesquière, diretor criativo da Louis Vuitton desde 2013, enviou modelos com algumas criações ecléticas e futuristas pelas quais é celebrado, pelas salas ornamentadas com pé direito gigantesco do palazzo datado do século XVII, com risco do arquiteto milanês Angelo Crivelli, que foi também o autor do plano dos jardins.
Alguns looks lembravam equipamentos de mergulho adornados com folhos vanguardistas, enquanto que outros pareciam uniformes de esgrima, protetores, com acolchoados espessos no peito.
De destacar o tecido cingido como uma sanfona no corpete de um vestido sem mangas com color blocks em azul Royal e amarelo ouro, conferindo textura e movimento, assim como um vestido preto brilhante surgiu com decote em cordão fazendo lembrar uma popular bolsa da marca.
As sweaters mostraram-se mais arejadas com uma faixa translúcida na barriga, enquanto que três vestidos de chiffon cortados em viés (em rosa empoeirado, verde mar e azul bebé) ostentavam mangas em balão exageradas dignas da era eduardiana.
"Foi lindo, foi fluido, e ainda assim poderoso", comentou a atriz filipina Heart Evangelista.

Da pesca à moda
Este evento da Louis Vuitton ficou marcado como o primeiro desfile de moda permitido na Isola Bella, antiga vila de pescadores transformada pelos Borromeo que aí criaram um sumptuoso paraíso digno da realeza.
Reis, rainhas e imperadores foram convidados para o Palazzo Borromeo ao longo de centúrias, incluindo a Rainha Vitória, Napoleão e Josefina, e até mesmo o então Príncipe Charles (atual rei Charles III do Reino Unido) e a Princesa Diana em 1985.
Na quarta-feira (24), celebridades e influencers de todo o mundo – incluindo a atriz americana Jennifer Connelly e Felix da banda de K-pop, Stray Kids – chegaram à ilha.
Tentando não escorregar, os convidados abrigaram-se debaixo de guarda-chuvas transparentes fornecidos pela marca antes de fugirem para o palazzo.
Após o show, alguns convidados subiram para bancos e posaram para fotos sob o olhar atento de séculos de anciãos da influente casa dos Borromeo, cujos retratos revestem as paredes do palazzo.
As coleções Cruise são projetadas para oferecer guarda-roupas de clima quente para o jet-set que tem sorte para poder escapar para locais ensolarados durante os monótonos meses de inverno. Nos últimos anos, estes tornaram-se destinos de eventos, com as marcas a escolher cada vez mais lugares exóticos para criarem e exibirem os seus looks de luxo.
O desfile da Louis Vuitton vem logo após o da Dior, que apresentou uma coleção Cruise inspirada em Frida Kahlo, na Cidade do México, no sábado passado; e da Chanel, no início de maio, no Paramount Studios de Hollywood.
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