Europa Press
18 de mai. de 2015
Luciano Benetton , criador de polémicas campanhas, completa 80 anos de paixão pela moda
Europa Press
18 de mai. de 2015
Roma (Notimérica) – Luciano Benetton, um dos designers e empresários italianos mais destacados do mundo atual, completou na semana passada 80 anos. Oito décadas, das quais seis marcadas pela moda, sua grande paixão.
Apesar de ter vocação para médico, as circunstâncias familiares forçaram-no a abandonar o seu sonho, centrando-se no trabalho para poder manter sua mãe e seus três irmãos mais velhos.
No entanto, Luciano Benetton sempre teve jeito de empreendedor. Quando apenas com 20 anos, o primogénito dos Benetton propôs à sua irmã, que naquela época costurava peças para uma oficina, a abertura de uma loja em conjunto. E assim, com um pequeno estabelecimento na região de Véneto, começou o que seria o início de uma das grandes indústrias da moda do panorama internacional.
O sucesso demorou pouco para chegar. Dez anos depois do seu nascimento, a Benetton já contava com nove fábricas ao redor do globo e com uma grande presença internacional. Mesmo assim, foi a princípios dos anos 1980 quando a Benetton formou-se em todos os aspetos com a incorporação do fotógrafo propagandista Oliviero Toscani.
Se algo caracteriza a marca italiana hoje, além das suas peças e acessórios, são as suas campanhas publicitárias; sempre dispostas a suscitar a polémica. A Benetton é uma dessas marcas que não temem arriscar e equivocar-se, nem denunciar com suas imagens as injustiças sociais.
Desde que Toscani integrou a empresa, cada imagem assinada pela United Colours of Benetton deu o que falar. A maioria traz três elementos em comum: a multiplicidade de cores nas roupas e de etnias nos modelos, a transmissão de valores sociais e a denúncia de injustiças. Graças a esses fatores, os anúncios da Benetton conseguiram ser algo mais que simples vitrinas para suas peças, tendo um importante papel na conscientização sobre a realidade do mundo.
Apesar do fotógrafo Toscani ter deixado de trabalhar para o grupo têxtil no ano 2000 e de Luciano Benetton não liderar mais a companhia há três anos, a marca não renunciou à criatividade que tanto a carateriza.
Por sua vez, Toscani passou à história da marca com campanhas como a realizada em 1989, na qual mostra uma mulher negra a amamentar um bebé branco. Na mesma linha de protesto antirracismo, o fotógrafo lançou outro original anúncio no qual apareciam três corações humanos iguais com a diferença de que um era identificado 'branco', o segundo como 'negro' e o último como 'amarelo'.
Mas, apesar da multiculturalidade ser o lema que melhor define a marca, em muitas ocasiões Toscani utilizou fotos para lutar contra preconceitos sociais. Uma das que mais polémicas suscitou foi protagonizada por um padre e uma freira a beijar-se, utilizada para uma campanha de 1991. Três anos mais tarde, Toscani revolucionou o mundo inteiro em plena guerra de Iugoslávia, quando a Benetton lançou uma imagem da roupa ensanguentada de um soldado bósnio.
A arriscada linha de marketing do grupo têxtil não esteve livre de críticas e denúncias. De fato, a última destacável aconteceu em 2011, devido à campanha intitulada 'Deixe de odiar' ('Unhate'), cujo fim era lutar contra o ódio por motivos raciais, religiosos, sociais ou culturais. Composta por uma série de imagens, a campanha mostrava diferentes personagens pertencentes à esfera pública a beijar-se.
Desde o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com o falecido dirigente da Venezuela, Hugo Chávez, até o Papa Bento XVI com um ímã muçulmano. A controvérsia foi tanta que o Vaticano denunciou a Benetton, obrigando-a a retirar a série de imagens das ruas e das publicidades.
Imagens: Reprodução
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